sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

U R G E N T E

Aeroviários descartam greve no Amazonas

Por João Luiz
O presidente do Sindamazon (Sindicato dos Aeroviários do Amazonas), Jorge Negreiros, depois de participar da mesa de negociações com o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), afirmou que está afastada qualquer possibilidade de greve que venha a paralisar as atividades aeroportuárias no Estado.
Por ocasião da discussão da Convenção Coletiva de Trabalho, que aconteceu no Rio de Janeiro, os representantes dos trabalhadores acordaram entre si uma proposta consensual de 8% para o reajuste salarial e no final das negociações, o sindicato patronal elevou a proposta em 8,75% para o piso da categoria, cujo acordo deverá ser assinado nesta sexta-feira (21), conforme afirmou a assessoria do Snea.
Antes dessa nova negociação o Sindamazon já havia fechado acordo em 8,50% para o piso salarial; 8,20% aos demais salários; e 8% de reajuste para os itens econômicos, como cesta básica e vale alimentação - contra uma inflação de 6,8% - que começou a vigorar já a partir de dezembro. Já o vencimento dos Operadores de Máquinas e Equipamentos que trabalham no Estado do Amazonas ficou em R$ 880, mais 30% de periculosidade que, somado a outros benefícios, chega a um salário bruto de R$ 1.522, mensal.
De acordo com Jorge Negreiros, por ocasião das negociações alguns dirigentes sindicais mais exaltados, mudaram o rumo dos debates e propuseram um aumento salarial de 30% e 15% para o piso e outros salários, respectivamente, o que fugia da atual realidade econômica das companhias aéreas. Para o sindicalista a categoria iria ficar satisfeita com esse aumento, mas tem que haver coerência com a realidade, tendo em vista que os patrões, para chegar a esse índice, teriam que demitir muitos trabalhadores, algumas companhias aéreas de menor porte poderiam ir à falência e quem pagaria o prejuízo seriam os consumidores, ou seja, os passageiros.
Na opinião presidente do Sindamazon, esses desencontros de propostas entre os sindicalistas, que motivaram indicativos de greve, aconteceram porque as estruturas sindicais, de um modo geral, estão enquistadas por falta de grandes debatedores, de cabeças pensantes. O movimento sindical está falindo em função da síndrome da chapa única, que aboliu as disputas internas, os debates de idéias e seus dirigentes estão se perpetuando no poder para obter cargos e vantagens diante da União. “Todo sindicalista, agora, acredita que é herdeiro do legado histórico de Lula; só pensa em viajar para Genebra, pegar num microfone e aparecer na mídia. Quer dinheiro, poder e, sobretudo, a estabilidade assegurada na Carta Política da Nação, aos dirigentes sindicais, para tripudiar em cima dos mais fracos e esquece a sua verdadeira atividade, que é lutar pelo fortalecimento da categoria e administrar as suas conquistas”, finaliza Jorge Negreiros.

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