quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Intestinos da Semed

Dr. Mauro Lippi

Escândalo na Prefeitura de Manaus

Senhor Jornalista

Trago ao seu conhecimento situações escabrosas que estão acontecendo na SEMED, desde a nomeação do Dr. Mauro Lippi para o cargo de Secretário. São situações sérias que podem ser facilmente verificadas por sua equipe, de forma independente.

Desde a entrada do médico Dr. Lippi na SEMED houve uma enxurrada de nomeações. Como não havia cargos disponíveis, foram criadas comissões (Comissão de Avaliação e Diagnóstico da Situação Geral das Escolas Municipais e Comissão de Acompanhamento Processual, decretos 631 e 632, publicados no dia 19 de agosto no DOM) para justificar o emprego dos amigos do Dr. Mauro. O que é mais humilhante para nós professores da casa é que as pessoas nomeadas para essas comissões a maioria trabalha na ManausMed e só vem para SEMED no fim do dia, ganhando pelos dois lugares. Só a gratificação que cada um deles ganha na SEMED é maior do que o nosso salário por 40 horas de trabalho, numa afronta à nossa vexatória situação financeira. Tem no meio desse pessoal até uma garota recém-formada, Thaysa Sabino, que além de ganhar na Comissão ganha também pelo seu cargo de confiança aqui na SEMED, chegando a R$ 5.000,00. Quanta humilhação para os professores que fazem pós-graduação para ganhar mais 100,00 no mísero salário.

Uma outra situação ridícula é que a SEMED é hoje administrada pelo Dr. Mauro e pela mulher dele, a profa. Valéria Lippi. A SEMED vive hoje sob administração familiar, afrontando todas as leis que proíbem o nepotismo. Se o senhor vier na SEMED vai verificar que a esposa do Secretário despacha junto com ele dentro do mesmo Gabinete. Ela se mete em todos os setores da Secretaria, visita as escolas, sugere e o marido executa a exoneração e a nomeação de diretores, de chefes de divisão distrital, etc.Desautoriza a Subsecretária de Gestão Educacional, comporrtando-se como se ela e o marido fossem donos da SEMED. Como ela é filha do ex-dono do CIEC, prof. Orígenes, tenho medo de que a administração familiar que ela e o marido adotaram quebre a SEMED como eles quebraram o CIEC.

O mais grave de tudo é que essa senhora nem é funcionária da SEMED e nem foi nomeada para nenhum cargo daqui. De verdade ela foi nomeada para um cargo de Superintendente da Casa Civil, DAS-5, com salário de R$ 10.000,00 (publicado no DOM do dia 19/08, página 5) com "a responsabilidade de coordenar e monitorar a coleta e o processamento de informações relativas às ações de Governo no plano institucional". Esse trabalho ela não faz. Na Casa Civil ela não aparece, mas recebe mensalmente R$ 10.000,00. Aqui ela é a eminência parda.

Nessa enxurrada de gente que veio aqui bicar, veio também o Dr. Pacífico, secretário de Governo. O que se fala aqui é que ele foi mandado pelo Prefeito para ajudar o Secretário Lippi, pois ele sabia da falta de experiência administrativa do Dr. Mauro e era preciso resolver os problemas dos fornecedores. De verdade, o que hoje nós temos é uma administração band-aid na SEMED, cheia de remendos. Outros dizem que é uma administração frankenstein, um monstro feito de vários pedaços. Se é band-aid ou frankenstein eu não sei, só sei que Educação é palavra que nem se fala mais por aqui. Hoje, quem tem prioridade são os empreiteiros e os fornecedores. Ainda bem que a gente tem os projetos que a profa. Terezinha e o prof. Nogueira começaram e estão em andamento, senão teríamos um vazio educacional completo. Mas nem isso está garantido, porque o Casal 20 está tentando por todos os meios afastar a profa. Dariana, subsecretária de gestão educacional, que hoje está à frente desses projetos.

Por cima de tudo isso, para evitar de sermos informadas do que acontece e do que falam da Secretaria, foi proibido o acesso à internet na maioria das máquinas. Só os chefes podem acessar a Internet. Que vexame para uma Secretaria de Educação, que agora ressuscita a censura.

Para finalizar tem até um fato ridículo, quase cômico. Toda vez que o Secretário se reúne para inaugurar uma escola, ou por qualquer outro motivo, ele pede que todo mundo se dê as mãos e reze. Fez até o Amazonino, que nem sabe o que é isso, fingir que rezava. Reza em uma escola laica, pública? Eu preferia mais honestidade, mais trabalho, mais atenção à educação, menos ôba-ôba, menos reza, menos farisaísmo. Na minha igreja, no meu coração, eu rezo sempre para que Deus faça um milagre e afaste os mercadores da educação e permita que os educadores tenham a oportunidade fazer o seu trabalho.

Desculpe o desabafo, mas a coisa está preta. Verifique a situação por si mesmo, e depois conte à população. Esse vexame não pode continuar.


ASS. Professora ACS, triste, mas esperançosa

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