Levantamento do instituto, feito a pedido do 'Estado' e da TV Globo, mostra tucano e petista com 37% cada um, após aparições nos programas do PT e do DEM. Marina Silva, do PV, aparece com 9%
José Serra e Dilma Rousseff aparecem empatados na primeira pesquisa de intenção de voto feita após a exibição das propagandas partidárias do PT e do DEM, que promoveram em rede nacional de rádio e televisão as candidaturas da petista e do tucano, respectivamente.
Segundo levantamento do Ibope feito a pedido do Estado e da TV Globo, Serra e Dilma têm, cada um, 37% das preferências dos eleitores. Marina Silva, do PV, aparece com 9%.
Em relação à pesquisa anterior do Ibope, feita em abril, antes da propaganda dos dois principais pré-candidatos no rádio e na TV, Dilma subiu cinco pontos porcentuais, e Serra caiu três.
O empate persiste na simulação de um eventual segundo turno: 42% para o tucano, 42% para a petista. Na pesquisa Ibope de abril, o placar era de 46% a 37%.
As investidas de Serra e Dilma na TV atingiram uma parcela similar do eleitorado: cerca de um quarto do eleitorado disse ter assistido o programa de um ou de outro. Mas há elementos que indicam que a propaganda petista foi mais efetiva: Dilma tem 51% das intenções de voto no grupo que viu seu programa, e apenas 34% no segmento que não viu nenhum político na TV. No caso de Serra, praticamente não há diferenças entre os dois grupos: 41% de preferências entre os que viram o programa tucano e 37% entre os que não viram.
A pré-candidata do PT dividiu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o programa partidário de dez minutos que o PT exibiu no último dia 13 no rádio e na televisão. Além de apresentar sua ex-ministra como herdeira política, Lula procurou creditar a ela o êxito de programas que ajudam a alimentar a popularidade do governo, como o Luz Para Todos e o Bolsa-Família.
A oposição acusou o PT de fazer campanha antecipada, o que é ilegal. O programa partidário do DEM, porém, veiculado no dia 27, também colocou Serra em destaque, ao exibir o discurso do tucano no evento em que havia se lançado pré-candidato.
Consolidação. Dilma assumiu a dianteira na pesquisa espontânea, aquela em que os entrevistados revelam suas preferências antes de ler a lista dos candidatos. Nessa modalidade, a ex-ministra da Casa Civil aparece com 19%, seguida pelo ex-governador de São Paulo, com 15%.
O fator desinformação ainda tem peso significativo na matemática eleitoral: o presidente Lula, que nem sequer pode concorrer novamente, aparece com 12% na pesquisa espontânea. Dois terços desse segmento lulista têm renda familiar de até dois salários mínimos. Na região Nordeste, 22% do eleitorado ainda aponta o presidente como candidato preferido.
O número de lulistas na pesquisa espontânea vem diminuindo paulatinamente a cada sondagem do Ibope: desde fevereiro, caiu 11 pontos porcentuais, ao passo que as menções a Dilma subiram 10 pontos.
Nanicos. O índice de rejeição é outro item da pesquisa em que não há empate. Quando o Ibope pergunta em quem os eleitores não votariam de jeito nenhum, Serra aparece com 24%, à frente da adversária, com 19%.
Além de pesquisar o cenário com os pré-candidatos do PSDB, do PT e do PV, o Ibope também apresentou aos entrevistados, pela primeira vez, uma lista com os nomes dos chamados “nanicos” – representantes de micropartidos. Mesmo com 13 pré-candidatos no segundo cenário, o quadro fica exatamente o mesmo – Serra, Dilma e Marina mantêm seus porcentuais.
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