segunda-feira, 15 de março de 2010
A PEDIDO DE SANDRA BRAGA, MÁRIO CÉSAR MANDA GRAMPEAR TELEFONE DA SECRETÁRIA PARTICULAR DO GOVERNADOR
Você se lembra de quando, em setembro de 2008, emergiu a denúncia de que alguém pusera um “grampo” no telefone da secretária particular do governador Eduardo Braga, Edilene Gomes, e que dele teria resultado a gravação de uma conversa entre Edilene e o secretário de Governo, José Melo?
Nessa época, a imprensa fez o maior estardalhaço em torno do caso. Indignado com a violação de sua privacidade, José Melo solicitou ao delegado-geral da Polícia Civil, Mário César Nunes, abertura de inquérito. Melo queria ver o episódio esclarecido logo, para que o responsável (ou responsáveis) fosse processado criminalmente, porquanto infringira o artigo 5º da Constituição Federal, que diz “in verbis” em seu inciso XII:
“É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.” O araponga também afrontara o inciso X: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Além disso, violara-se o próprio gabinete do governador. Não se podia, portanto, deixar de cobrar rigor na apuração do crime, sob pena de se abrir um precedente perigoso. Não sabia José Melo, porém, nem o governador e nem Edilene Gomes, que a autorização para a instalação do grampo partira do próprio Mário César. É isso mesmo, arguto leitor! Foi o Mário César quem mandou grampear o telefone da secretária particular de Eduardo Braga.
Ganha uma passagem de ida e volta para Aruba quem adivinhar o nome da pessoa que pediu a Mário César que se travestisse de araponga. Não, não adianta, você vai pôr os seus neurônios em agonia e sequer passará perto... Prepare-se então para o inesperado!... O pedido partiu da esposa do manda-chuva do Amazonas, a magnânima, a filantropa Sandra Braga (na foto com o marido), a mãe dos pobres, como a chamaria Aroldo Furtado se para ela trabalhasse. Aroldo sempre foi um puxa-saco de carteirinha.
Antes de revelar por que Sandra Braga queria grampeado o telefone de Edilene, direi o nome do autor do grampo. Trata-se do delegado Júnior Baía, que à época dirigia a Gerência de Informações (GINFO) da Polícia Civil. Baía dispunha de equipamento de interceptação telefônica e fazia escutas ilegais com a mesma freqüência com que se bebe água diariamente. Como havia agido sob as ordens de seu superior hierárquico, embora tivesse o direito legal de dizer não, pois ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma senão em virtude da lei, como enfatiza a nossa Carta Magna, Júnior Baía não foi punido. Tempos depois, assumiu a titularidade de um DP, como prêmio por sua obediência canina a Mário César. Nem preciso dizer que o delegado-geral também ficou impune.
Você deve estar daí a torcer-me o nariz, só porque ainda não revelei o motivo que levou a nossa primeira-dama a fazer uma solicitação tão singular ao probo (vixe! vixe!, diria o mestre José Ribamar Bessa Freire) delegado-geral. Retifique o nariz, apressado leitor, pois já satisfarei sua curiosidade.
Vamos lá: Sandra Braga fez tal pedido porque andava desconfiada de que a fidelidade do maridão se transformara em pó. E Edilene, onde entra nessa história? Não, não é isso que você está pensando. Edilene não estava envolvida com Eduardo Braga. Ela somente o alcovitava, isto é, arranjava amantes para o nosso insaciável governador. Pelo menos era o que pensava Sandra Braga. Se Sandra confirmou suas suspeitas ouvindo a suposta alcoviteira, ninguém sabe. Pelo menos isso não me foi dito.
Você sabe agora por que as “investigações” nunca prosperam. Não estivesse Sandra Braga envolvida, o governador certamente jamais recuaria. Se grampear o telefone de um cidadão comum já é grave, imagine fazer isso com alguém que vive perdurado (mera força de expressão) no saco de uma grande autoridade, como é o caso do nosso governador. Qualquer político, mesmo os apedeutas, morre de medo de ver a sua imagem associada à impunidade.
Fonte: Blog do Antônio Zacarias
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