sexta-feira, 26 de março de 2010

Renais Crônicos entram com ação no Ministério Público contra Governo


Da assessoria;

A Associação dos Renais Crônicos do Amazonas (ARCAM) vai entrar com uma ação no Ministério Público Estadual (MPE), contra o Governo do Amazonas (SUSAM), pela suspensão do fornecimento do líquido peritoneal aos pacientes renais crônicos.

O medicamento é utilizado no tratamento de mais de 200 pessoas que, atualmente, se submetem ao processo de diálise. A interrupção da distribuição do remédio é resultado de 11 meses de atraso no pagamento do fornecedor, que totaliza o débito de R$321 mil.

O deputado estadual Luiz Castro (PPS), que, desde o início deste ano, vem denunciando a ameaça da suspensão do fornecimento da medicação, afirmou que vai apoiar a decisão da associação, disponibilizando a sua assessoria jurídica para prestar todo o apoio necessário ao trâmite da ação no Ministério Público Estadual.

“Estamos falando de um governo que constrói obras grandiosas, mas não cuida da saúde da população”, criticou, lembrando que, para o quarto estado mais rico do Brasil, não há motivos que justifiquem o atraso no pagamento do fornecedor do líquido peritoneal.

Para o vice-presidente da ARCAM, Porfírio, sem o fornecimento da medicação, a vida de muitos pacientes estará em risco. “O líquido peritoneal é fundamental para o tratamento das pessoas que realizam a diálise”, disse.

Ele revelou que representantes de associações que trabalham com portadores de doenças renais crônicas foram chamados, nesta semana, para comparecer às clínicas renais, onde foram informados pela direção que, devido ao atraso no pagamento, s distribuição do produto estava suspensa.


Denúncia

“Há cerca de um mês atrás, o Secretário de Estado de Saúde, Dr. Agnaldo Costa, me enviou ofício, escrito à mão, se comprometendo em pagar todos os débitos com o fornecedor do medicamento, evitando, assim, a suspensão do produto.

Infelizmente, agora estamos vendo que nada disso aconteceu”, ressaltou Castro. O deputado ainda destacou que faz questão de acompanhar a diretoria da Associação dos Renais Crônicos do Amazonas, no momento de protocolar a ação no MPE. “Vou denunciar o caso à Comissão de Direitos Humanos da ONU e da OEA, se o problema não for resolvido”.

A diálise é o tratamento utilizado para substituir as funções do rim. É um processo artificial que serve para retirar, por filtração, todas as substâncias indesejáveis acumuladas pela insuficiência renal crônica.

Em Manaus, 600 pessoas são submetidas a tratamento na Clínica Renal. Do total de pacientes, 200 pessoas realizam o processo de diálise peritoneal e 400 pessoas a hemodiálise.

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