quinta-feira, 11 de março de 2010
DEP. LÔBO DENUNCIA VENDA DE BEBIDAS NA ALDEIA ALCOY
Por Jerson Aranha
O indígena Mizael Cláudio Babuíno, 32, casado, residente na Reserva Indígena Alcoy Maredenguá (Alto Solimões no Vale do Javari, no Amazonas) recorreu ao deputado José Lôbo (PC do B), que é presidente da Comissão de Assuntos Indígenas da Assembléia Legislativa, para denunciar dois funcionários da Funai que abriram um bar dentro da aldeia para vender bebidas alcoólicas aos indígenas.
O deputado se mostrou indignado com atitude dos funcionários, o que taxou de ultrajante, sobretudo pelo patente desrespeito à Lei Federal nº. 6.001/73, que proíbe terminantemente a venda de bebidas alcoólicas para indígenas. Lôbo prometeu denunciar e apurar o fato às autoridades competentes.
“Mizael Babuíno afirmou que um dos funcionários da Funai é casado com uma indígena, e por tal condição encontra facilidade para comercializar bebidas dentro da aldeia, quando eles próprios é que deveriam coibir essa prática, e nós vamos responsabilizar criminalmente esses indivíduos irresponsáveis”, assegurou Lôbo.
Ainda segundo Mizael, depois que o bar começou a funcionar dentro da aldeia, aumentaram os problemas de violência, estupros e agressões devido à presença de pescadores não-índios, agricultores e moradores de comunidades próximas de Atalaia do Norte, que nos finais de semana vêm em grupos consumir bebida alcoólica na aldeia.
“A violência doméstica também cresceu dentro da aldeia, com vários registros de espancamento de indígenas contra suas esposas e filhos, quando chegarem embriagados em casa. Há também casos de estupros de pais contra as próprias filhas, causando desespero nas famílias. Isso é um absurdo!”, finaliza o deputado.
Como se não bastassem todos estes problemas, Mizael Babuíno também afirmou que os mesmo funcionários da Funai estão, inclusive, promovendo a comercialização de uma área das terras dos índios para membros da comunidade, que, por sua vez, vendem para estrangeiros que exploram madeira no local, a exemplo do que já ocorreu com as reservas dos Kayapós, cuja empresa americana comprou uma reserva do tamanho da Bélgica com títulos falsos, conforme denúncias divulgadas pela imprensa à é
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