Por José Garcia
“Porque os homens são em geral ingratos, volúveis, dissimulados, covardes e ambiciosos de dinheiro, e, simuladores; enquanto lhes fizerem benefícios, estão todos contigo (...). Quando, porém, a necessidade se aproxima, voltam-se para a outra parte”. (Il Príncipe, Maquiavel)
A política não é surpreendente? Ela é o que é por que as pessoas que dela participam são o que são. Não sei quem disse essa frase e nem exatamente o que ela quer dizer. De qualquer forma, em qualquer lugar, a atividade política é diferenciada embora não deixe de ser o que é: política. Pelo Brasil a fora, há sempre um partido hegemônico durante determinado tempo e os militantes são manipulados por um capo local.
“Porque os homens são em geral ingratos, volúveis, dissimulados, covardes e ambiciosos de dinheiro, e, simuladores; enquanto lhes fizerem benefícios, estão todos contigo (...). Quando, porém, a necessidade se aproxima, voltam-se para a outra parte”. (Il Príncipe, Maquiavel)
A política não é surpreendente? Ela é o que é por que as pessoas que dela participam são o que são. Não sei quem disse essa frase e nem exatamente o que ela quer dizer. De qualquer forma, em qualquer lugar, a atividade política é diferenciada embora não deixe de ser o que é: política. Pelo Brasil a fora, há sempre um partido hegemônico durante determinado tempo e os militantes são manipulados por um capo local.
De posse das rédeas do poder ele utiliza-se disso para "orientar" o partido acenando com cargos com os quais "brinda" os que o cercam e bajulam pela frente e, dele falam mal pelas costas. Mas, isso é do jogo político, das relações sociais. No final, todo o poder é solidão de sinceridade e amizade verdadeira. E, as alianças que se "costuram" são meros arremedos de projetos coletivos. A verdade é que não passam de interesses individuais.
As reuniões partidárias, convenções, são simples jogos de cena. Os filiados militantes ou integrantes do diretório municipal fazem papel de claque de auditório, não emitem opiniões. Debate político não existe, mas não deixam de aplaudir as decisões tomadas pela direção mesmo que não entendam muito bem o que esta havendo ou sendo discutido. Muitos fazem isso por pura alienação; outros, para manter-se ou por aspirar a algum cargo. Tem também os que não querem se indispor com o "poder", simplesmente. Há também os que esboçavam reação e se esforçavam para propor algum debate, mas são tão minoritários e coadjuvantes na encenação, sequer são notados. Na verdade, não se sentem nem mesmo integrantes do grupo de "atores".
Vivem mais o papel de platéia na farsa que é permanentemente encenada no teatro político local. Sempre há aqueles que, por princípios vários ou por nenhum principio, sentem-se bem na platéia com as migalhas que o "dono" do circo possa lhes alcançar. Estão ali por que acreditam num propósito maior do que apenas a comédia apresentada. Querem ver atores, trapezistas, malabaristas, domadores, enfim, artistas comprometidos, com objetivo e propósito de um verdadeiro espetáculo. Um espetáculo voltado para não apenas atrair a platéia, mas para fazer dela também uma protagonista ou, no mínimo, uma coadjuvante valorizada, uma participante e isso se é sincera intenção de que a comunidade participe e não seja mera expectadora.
A população pode viver por um tempo como mera expectadora como pensam dos donos do circo que acham que ela é permanentemente manipulável. Chega, porém, um momento que ela mostra ao "donos" do circo que na democracia não existem só expectadores, todos são protagonistas.O voto é o instrumento de educação para aqueles que entendem a democracia como manipulação da consciência da maioria.
Mas afinal, em política há sempre muito mais interesses escusos que claros. Ou, interesses que são claramente escusos. Há ainda, pessoas que acreditam num resto de dignidade que a política partidária possui e que elas próprias possuem. A única preocupação é preservarem este "resto", pois é o que de mais caro têm, tanto a política quanto elas próprias. Então, definitivamente, retiram-se tanto do palco onde acreditavam estar, como da platéia onde finalmente perceberam estar e, por fim, do próprio circo no qual se tornou o partido. De qualquer forma, para o dono do circo, é um alívio que se retirem de cena ou da platéia, atores ou espectadores críticos.