quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Caso Bruno: de frente com Bola, preso reafirma plano de execução


Ney Rubens

Direto de Belo Horizonte

O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e o detento Jailson Alves de Oliveira mantiveram as versões dadas anteriormente à Justiça e à Polícia Civil durante a acareação feita na tarde desta quarta-feira na Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp), em Belo Horizonte, acerca do caso envolvendo o sumiço da estudante Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. Os dois ficaram frente a frente para que fossem esclarecidas dúvidas sobre um suposto plano denunciado por Jaílson que teria sido armado por Bola, Bruno e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, para matar cinco pessoas, entre elas a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Fórum de Contagem (MG).

As outras supostas vítimas seriam o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa de BH (DHPP); o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG); o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, representante de Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio; e também o advogado Ércio Quaresma, ex-defensor do atleta e atual advogado de Bola. De acordo com o delegado Islande Batista, durante as três horas de acareação, "foi o Bola sempre negando qualquer armação ou planejamento para matar as cinco pessoas, e o Jaílson falando que teria ouvido de Bola sim (o suposto plano), enquanto os dois (dividiam cela na penitenciária) Nelson Hungria".

Rodolfo de Oliveira, advogado de Jaílson, disse que o cliente "reafirmou o que havia dito anteriormente" e que "muita coisa que o Jaílson falou bate com a versão da polícia" - se referindo à suposta morte da Eliza. No interrogatório, o detento voltou a dizer que ouviu de Bola uma suposta confissão do ex-policial, que teria assumido o crime e sumido com o corpo da mulher. "Inclusive, se convocado, ele pode falar tudo de novo durante o júri (popular)", afirmou.

Na saída da Deoesp, Jaílson disse que teria sido ameaçado por Bola durante a acareação, o que, segundo seu advogado, pode ter comprometido o depoimento do cliente. "Ele está sendo ameaçado por Bola e outras pessoas", disse. Contudo, Islande Batista negou haver ameaças. "Eu jamais permitiria isso. Eles foram ouvidos na presença de quatro advogados e de minha equipe. Se tivesse acontecido, eu tomaria uma atitude na hora". Ainda segundo Batista, "Bola negou que tenha falado também com Jaílson que havia sumido com o corpo de Eliza, queimado no micro-ondas, essas coisas. O Bola disse que o Jaílson assistia a muita televisão na penitenciária e toda hora que via alguma coisa do caso nos jornais ficava perguntando se o Bola fez aquilo mesmo", disse.

Já um dos advogados de Bola, Fernando Magalhães, ironizou a versão apresentada por Jaílson. "(O escritor) Monteiro Lobato deve estar com inveja de Jaílson. Eu nunca vi uma história tão fantasiosa como essas. A ideia dele com essas denúncias é obter benefícios da Justiça. Ele já está em cela separada, sozinho, protegido por causa dessas denúncias", afirmou.

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