domingo, 11 de novembro de 2012
Simpósio debate desenvolvimento sustentável na Amazônia
A Comissão da Amazônia realizou o VI Simpósio Amazônia com a temática Desenvolvimento Regional Sustentável das regiões Norte e Nordeste. No encontro foram debatidos três pontos principais:
A economia verde inclusiva; desenvolvimento com sustentabilidade na área de energia e transporte e desenvolvimento com sustentabilidade no turismo, indústria e agricultura.
“Discutir a sustentabilidade nas regiões Norte e no Nordeste é pensar que tipo de desenvolvimento nós queremos para a Amazônia e também para o Nordeste. Pensar no desenvolvimento sem pensar nas pessoas, é pensar pela metade. Fazer esse debate significa realmente buscar um desenvolvimento sustentável. Um desenvolvimento onde o principal é a questão da humanidade”, ressaltou o deputado Miriquinho Batista (PT-PA), presente no evento.
O coordenador de uma das mesas de debate do seminário, deputado Francisco Praciano (PT-AM), elogiou a iniciativa de se fazer o seminário, mas criticou o descompasso que ainda existe entre o que se fala e o que se faz. “Muito se fala da Amazônia. Desenvolve -se projetos e programas para a região. A Amazônia está na pauta e na agenda de quase todo o mundo, mas a prática demonstra que a realidade ainda está bem longe da teoria. Esse discurso está demorando muito a se consolidar, de fato, a se transformar em realidade. O que é consolidar? Nós queremos ver a Amazônia mais presente nos PPAs, nos orçamentos. Se não tem orçamento e se não tem dinheiro, nós não estamos traduzindo o nosso discurso em prática e realidade”, disse o deputado.
“Moro em um estado de 61 municípios onde não tem uma moto funcionando, em nenhum deles. Tem 0.3 médicos por mil habitantes, quando a OMS propõe pelo menos um médico por mil habitantes. Nós não temos médico-perito no interior do Estado da Amazônia. Não temos agências do INSS. 42% da população da Amazônia estão em estado de pobreza e 16% em estado de miséria. Nada coerente com o nosso discurso,” enfatizou Francisco Praciano, acrescentando que a “economia verde” tem que sair do discurso e buscar o desenvolvimento regional, a inclusão social e a geração de emprego e renda.
O seminário debateu principalmente a relação de conflito entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, dentro de uma visão de fragilidade social e econômica das populações que moram nas regiões Norte e Nordeste. Mostrou a importância de um modelo de crescimento que leve em consideração não só a produção de riquezas e a preservação ambiental, como, também, a redução das desigualdades sociais e a erradicação da pobreza.
Para Miriquinho, desenvolvimento econômico sem o social é catastrófico. “É só olhar para os locais onde se pensou o desenvolvimento apenas no viés da economia”. Onde está o menor índice de desenvolvimento humano desse país? Está na Amazônia, principalmente na região do Marajó. É lá onde está o maior índice de mortalidade infantil, onde está à prostituição infantil, acentuou o deputado.
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