quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Wallace é cassado por 16 votos contra quatro
O deputado estadual Wallace Souza (PP) perdeu ontem (1/10) seu mandato parlamentar na Assembleia Legislativa, numa decisão difícil para a Casa. Wallace foi cassado por quebra de decoro parlamentar, por decisão de 16 colegas - o mínimo exigido eram 13 votos. Sem apoio político do próprio partido, ele assistiu impassível ao placar indicando que apenas quatros deputados votaram contra a cassação e três se abstiveram.
O destino político de Wallace foi selado em 3h30 de reunião. Com a cassação, Wallace Souza perde a imunidade parlamentar, o foro privilegiado para julgamento em Primeira Instância no Tribunal de Justiça e se torna inelegível por oito anos. Com isso, ele só poderá pensar em mandatos eletivos a partir das eleições de 2017.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Belarmino Lins, anunciou o resultado e promulgou a Resolução Legislativa, encaminhada para publicação no Diário Oficial do Estado. Durante toda a votação Wallace Souza permaneceu com a cabeça mergulhada entre os braços e só os retirou quando precisou deles para juntar livros e documentos e receber o abraço solidário do deputado Liberman Moreno.
Wallace acreditou até o último instante que poderia ser absolvido pelo plenário, chegando a mostrar, em 15 minutos de discurso, os extratos bancários que comprovaram a legalidade dos mais de R$ 250 mil apreendidos em sua casa.
Ele chegou a pedir perdão a cada um dos deputados e deixou a Deus a decisão que o plenário tomaria dentro de pouco tempo.
Antes de ser iniciada a votação, os deputados Arthur Bisneto, Marco Antonio Chico Preto e Luiz Castro questionaram o método secreto utilizado, uma vez que expor o voto ao público pode incidir em quebra de decoro parlamentar. Por isso o deputado Chico Preto não declarou seu voto.
Para Luiz Castro, a decisão tomada hoje marca o limite histórico de uma decisão que não foi determinada pelo caráter individualizado, mas por uma decisão de caráter pedagógico, que deve balizar a opinião da sociedade e credibilizar o político junto à sociedade.
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