quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Wallace: “Não há provas contra mim”
Nos 15 minutos que falou em sua defesa, antes da votação do projeto de resolução legislativa que decretou a perda de seu mandato, por quebra de decoro parlamentar, o deputado Wallace Souza (PP), mais uma vez, se disse inocente e pediu pela sua absolvição. “Entre condenar um inocente, absolvam, porque não há provas contra mim”, pediu. Wallace é acusado, entre outros crimes, de ligação com o crime organizado, tráfico de drogas e uso ilegal de armas, todos negados por ele.
O deputado se pronunciou após quase 45 minutos da defesa, feita pelo advogado Francisco Balieiro, que tentou derrubar uma a uma as contradições constantes das investigações da força-tarefa, baseadas nas acusações do ex-policial militar Moacir Jorge da Costa, o ‘Moa’
Durante a sua defesa, Wallace também aproveitou para apresentar cópias dos cheques emitidos pelo banco Bradesco, que comprovam, segundo ele, a legalidade do valor de R$ 240 mil, encontrado no cofre de sua residência pelos membros da força-tarefa, até então considerado ilegal. “Me tacaram pedra.
Mas quem nunca cometeu um pecado que atire a primeira pedra”, disse, citando um passagem bíblica e afirmando que o serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública fez questão de vazar para a imprensa, que o dinheiro era ilícito. “Tenho agora provas de que o dinheiro é licito e tenho provas para cada cheque emitido pelo Bradesco. Em nenhum momento auferi recursos que não fosse do meu trabalho. Tem a microfilmagem dos cheques”, garantiu.
Wallace pediu desculpas aos parlamentares por não ter apresentado a prova antes. Ele atribuiu a demora ao sistema bancário. “Mas é menos uma das mentiras, menos uma injustiça contra mim”, explicou ele, garantindo que o dinheiro, guardado no cofre era para emergência, uma vez que tem trombose, varize de esôfago, baço dilatado e outros problemas de saúde. “Quantas vezes em precisei me deslocar de Manaus em UTI aérea. Para isso é preciso ter dinheiro disponível”, afirmou.
Também pediu perdão dos colegas, por estarem passando pelo constrangimento. “Sei que não mereço estar passando por isso. Sei que todos sofrem, pois também não merecem. É um momento difícil julgar um colega. Tenho certeza que Deus vai tocar no coração de cada um. Sou inocente de tudo isso”, falou ele, assegurando que já foi condenado sem nenhuma prova. “Não fui ouvido em nenhuma das acusações”, lembrou ele, afirmando que Deus tem lhe dado forças e resistência para enfrentar essa fase difícil por que passa.
Wallace, de 51 anos, tem três filhos e não se conforma pelos crimes atribuídos a ele. “Se tivessem provas, eu mesmo renunciaria”, disse ele, lembrando que mesmo com a prisão de membros da suposta quadrilha comandada por ele, os crimes continuam ocorrendo e a violência aumentando. Ele citou, por exemplo, o assassinato do padre Rugerro Ruvoletto, na paróquia de Santa Etelvina.
Fez um apelo pela sua família e pediu desculpas aos filhos, genitores e à mãe dos meus filhos, por estarem sofrendo tanto. “Tenho humildade suficiente”, disse, encerrando seu discurso com a leitura dos salmos 35 e 36, que em um dos trechos diz: “Não deixem que meus inimigos se alegrem com minha derrota, por causa da minha desgraça...Levanta-te meu Deus e defende a minha causa..É o que eu peço, Justiça”.
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