terça-feira, 5 de julho de 2011

Com o cargo ameaçado, Nascimento tenta driblar oposição


Situação do ministro deve se complicar nesta terça. PSDB pedirá investigação ao MP e à PF sobre corrupção na pasta. Apoio de Dilma só é forte no discurso


Em reunião com a bancada do PR nesta segunda-feira, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, aceitou dar explicações ao Congresso a respeito do esquema de corrupção operado em sua pasta. Mas a decisão não alivia a pressão sobre ele. Nesta terça-feira, a oposição vai solicitar ao Ministério Público e à Polícia Federal que investiguem o caso, o que promete complicar ainda mais a situação do ministro. Nem mesmo dentro do próprio governo Nascimento encontra alívio: apesar de ter declarado apoio ao titular dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff ordenou à Controladoria-Geral da União (CGU) uma investigação rigorosa nas licitações e contratos da pasta - e mandou Nascimento abrir uma investigação dentro do ministério para averiguar o caso. Nascimento luta, agora, para não se tornar o mais novo ministro de Dilma a amargar o desemprego.
Com o cargo ameaçado após as revelações, Nascimento driblou a iniciativa da oposição de convocá-lo a prestar esclarecimentos no Senado: ao aceitar depor voluntariamente, o ministro faz com que os requerimentos do PSDB percam o sentido. Na noite desta segunda, Nascimento assegurou às bancadas do PR na Câmara e no Senado que falara às duas Casas. Os convites devem ser aprovados ainda nesta semana e o mais provável é que Nascimento vá ao Parlamento na semana que vem. Reportagem de VEJA desta semana mostra o funcionamento de um esquema baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. 
Ainda assim, o PSDB deve insistir em levar ao Congresso as quatro figuras do ministério que foram afastadas por envolvimento no esquema: Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro; Luís Tito Bonvini, assessor de gabinete; Luís Antônio Pagot e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec. Os tucanos também farão um pedido de auditoria especial para o Tribunal de Contas da União (TCU) e devem apresentar um requerimento de convocação do ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, para depor na Câmara dos Deputados. Hage também é alvo de uma representação ao Ministério Público Federal, por indícios de que teria feito vista grossa para o problema.
Fonte: veja.abril.com.br

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