Auditoria realizada pela equipe técnica do Tribuna de Contas de Minas Gerais um superfaturamento de cerca de R$ 6 milhões em contrato celebrado pela prefeitura de Belo Horizonte com a Delta Construções.
Refere-se a uma licitação realizada em dezembro de 2010, para a realização de obras numa avenida da capital mineira, a Pedro I. A Delta venceu o certame em parceria com a construtora Cowan.
De acordo com o relatório de autoria, trazido à luz pela repórter Isabella Lacerda, em alguns itens do contrato os valores embutiram um sobrepreço de 350%. O trabalho encontra-se pendente de julgamento no tribunal. Dependendo do resultado, a obra pode ser paralisada.
Essa não a única pendência envolvendo a Delta. O tribunal de contas mineiro determinou a suspensão de outra licitação que tem a construtora como concorrente, ao lado de outras 36 empresas. Organizou-a a mesma prefeitura de Belo Horizonte.
Envolve a realização de obras numa outra avenida da capital mineira, a São Gabriel. Coisa de R$ 44,3 milhões. Nesse caso, um conselheiro do tribunal, Eduardo Carone, identificou “vícios de procedimento” na licitação, suspendendo-a.
Ouvida, a Secretaira de Obras de Belo Horizonte informou que, por ora, as obras da Avenida Pedro I prosseguem. Quanto à licitação da Avenida São Gabriel, o município recorreu. Aguarda a decisão do tribunal para saber se poderá abrir os envelopes com as propostas apresentadas pelas empresas.
A Delta frequenta as manchetes há semanas sob acusação de envolvimento com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. É uma das estrelas do inquérito da Operação Monte Carlo. Sexta maior construtora do país, a empresa opera em 23 Estados e no DF. Na cena nacional, é a que mais fatura nas obras do PAC.
Afora os dados recolhidos pela Polícia Federal, veio à luz um áudio constrangedor. Gravado por ex-sócios da Delta numa reunião fechada, revelam frases do presidente da construtora.
Numa delas, Fernando Cavendish, o mandachuva da Delta, soa assim: “Se eu botar R$ 30 milhões na mão de políticos, eu sou convidado pra coisa pra caralho! Pode ter certeza disso, te garanto. Se eu botasse dez pau que seja na mão de nêgo… Dez pau! Ah… Nem precisava de muito dinheiro não, mas eu ia ganhar negócio. Ôooo…”
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