“Nós temos que reinventar Manaus. Quero iniciar um novo ciclo. Um ciclo virtuoso para o progresso contínuo, onde uma administração não interrompa o que a outra começou.
Só assim teremos a Manaus diferente que sonhamos e pra isso eu convoco toda a população, para implantarmos juntos esse novo futuro, essa nova forma de administrar e viver esta cidade”.A convocação foi feita pelo candidato a prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, ontem, durante entrevista ao programa Em Cima da Notícia, da Rádio Amazonas FM, que tem como apresentadores Patrick Mota e Rosali Pinheiro. O programa também teve como convidada a jornalista Daniela Assayag, da Rede Amazônica de Televisão. Durante uma hora de entrevista, Artur falou sobre transporte coletivo, abastecimento de água, revitalização do Centro Histórico e solução para o problema dos camelôs e vendedores ambulantes.
TRANSPORTE E TRÂNSITO
A primeira pergunta feita ao candidato foi sobre os motivos que o levam a querer ser o prefeito de Manaus. “Houve pressão popular – e hoje os números das pesquisas só confirmam que a população estava certa. Houve pressão dos meus companheiros e há um vice como o Hissa, de muita aceitação popular. Hoje nós estamos muito firmes nesse propósito de governar Manaus e com um compromisso assumido: o de não fracassar. Eu pela minha biografia, construída ao longo de toda a minha vida política, uma biografia limpa, e o Hissa, com o seu futuro brilhante, não podemos fracassar”. E foi além: “estou pronto para abraçar esse desafio, com coragem, determinação, trânsito livre tanto em Brasília quanto no exterior”.
Sobre transporte coletivo, Artur disse que é preciso tratar transporte e trânsito de forma diferenciada. Para o primeiro, ele só vê uma solução que é a implantação de um transporte de massa eficiente, que reúna modernidade, rapidez, segurança e conforto aos usuários. “Na minha visão, essa resposta é o BRT”, afirmou. O candidato disse ainda que já existe projeto aprovado e recursos disponíveis da ordem de R$ 200 milhões, com exigência de uma contrapartida de R$ 90 milhões por parte da prefeitura. “Usando o choque de sinceridade, não sei se até a Copa de 2014 o BRT vai estar pronto. É uma obra com prazo estimado de 24 a 36 meses. Mas precisamos começar já e tirar esse projeto do papel”, afirmou. Artur disse que não vê problema em integrar o BRT com o Monotrilho que deverá ser construído pelo governo do Estado. “Eu incluiria mais um modal que é a ciclovia, mas isso é mais complicado”, afirmou.
Já o trânsito, na opinião de Artur, precisa imediatamente da engenharia inteligente, com a implantação do Centro de Controle Operacional para o monitoramento do tráfego de veículos, intervenções grandes e pequenas na malha viária, que passam desde a recuperação do asfalto até a abertura de novas ruas e avenidas, além de implantação de rotatórias em pontos estratégicos como o Coroado, São José, Recife, Bola do Produtor e Eldorado.
O Brasil, na avaliação do candidato, está indo na contramão do que os países desenvolvidos já vêm realizando. “Enquanto todo o mundo investe em transporte de massa, o Brasil coloca os carros como protagonistas do trânsito”. Isso, avaliou, tem aspectos econômicos, sociais e ambientais graves, com destaque para o consumo de combustível e os investimentos necessários em malha viária para atender ao fluxo de veículos que, em Manaus, ultrapassa a média de 400 novos veículos/mês. “Pra se ter uma ideia, as estatísticas dizem que há 3,7 mil quilômetros de vias asfaltadas na cidade e apenas 200 não asfaltadas. Mas temos 1,7 mil quilômetros dessas vias que estão fora das condições de trafegabilidade. Recuperá-las é como construir uma nova cidade”, informou.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
“Para resolver o problema de abastecimento de água em Manaus é preciso força, coragem, determinação e isso eu tenho. Vou até o fim. Não sou homem de empurrar os problemas com a barriga”, afirmou o candidato ao ser perguntado sobre essa questão. Artur disse que vai chamar a Manaus Ambiental para que ela apresente um plano emergencial para atender as zonas Norte e Leste e também pra apresentar o seu planejamento de curto, médio e longo prazos. “Se perceber que ela não está cumprindo, o que não falta é empresa que queira trabalhar aqui”, afirmou. “Concessão pública não é um sistema cartorial, de apadrinhamentos. A empresa vai ser chamada, advertida e convocada a cumprir o que está no contrato”, afirmou. Ele disse que também vai acabar com a falsa tarifa social fazendo disso um instrumento real, que beneficie de fato as famílias mais pobres.
SANEAMENTO
“É preciso separar o que é drenagem e o que é esgoto. A Manaus Ambiental, por força de contrato, deve investir na construção de galerias para o esgotamento e para atender toda a cidade, até 2045. Mas nós queremos saber o que está sendo feito agora. O que vai ser feito no ano que vem, e no seguinte. Não vamos esperar até 2045”, afirmou.
O saneamento básico foi o carro chefe da administração de Artur Neto, quando prefeito de Manaus e ele lembrou que o chamaram de “prefeito-tatu”, por isso. “Prefiro ser prefeito-tatu e investir em saúde e vida, que em obras desnecessárias que só servem para afagar o ego de alguns e não resolve o problema do sujeito da história, que é o povo”, afirmou.
AMBULANTES
Muito à vontade pra falar do assunto, Artur disse que vem mantendo reuniões com os vários segmentos de camelôs e vendedores ambulantes assim como com os comerciantes do Centro. “Temos soluções consensuais”, afirmou. Artur voltou a falar na construção de vários camelódromos no Centro e da construção de mini-shoppings nos bairros para atender essas categorias. Falou ainda da sua determinação em tirar os vendedores da dependência dos agiotas, com a criação do Banco de Economia Social e com estímulos pra que eles se integrem à economia formal.
“Hoje, os comerciantes querem os vendedores ambulantes e camelôs no Centro, porque eles atraem consumidores”, afirmou. Artur disse que também está estudando o projeto de Barcelona, onde os camelôs ficam nas ruas, em imobiliários que são integrados à arquitetura e paisagismo da cidade, contribuindo para o seu embelezamento.
Além de resolver a situação dos camelôs e ambulantes, Artur falou na recuperação do Centro Histórico, com reorganização das vias de circulação, substituição do cabeamento aéreo na iluminação pública, recuperação de fachadas, policiamento ostensivo, comércio funcionando à noite, com lojas, bares e restaurantes, investimentos em capacitação profissional. “Até a Copa de 2014 o Centro vai estar mais bonito”, afirmou. “O Centro vai ser repaginado, com todos os serviços e obras que forem da competência da prefeitura”, afirmou.
Ainda nessa questão, Artur garantiu que vai agir com rigor para impedir a anarquia, a exploração e a corrupção. “Não vamos apadrinhar exploradores e não vamos admitir corrupção, assim como também não admitiremos o desperdício”, afirmou.
Texto: Jacira Oliveira
Fotos: Alexandre Fonseca
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