sábado, 13 de outubro de 2012

Com fim de aliança que durou 8 anos, PSB tenta criar "plebiscito" contra PT no 2º turno de Fortaleza

Fortaleza - Depois de quase oito anos unidos, PT e PSB protagonizam, em Fortaleza, um embate que reflete o clima de tensão nacional entre as duas legendas, após uma série de rompimentos municipais.


Em Recife e Belo Horizonte, por exemplo, os dois partidos —aliados na esfera federal—racharam, com vitória socialista já no primeiro turno. Na capital cearense, porém, o cenário é de indefinição.

APURAÇÃO

Fortaleza CE

100% DAS URNAS APURADAS
Elmano PT2ºT
25,44% 318.262 votos
Roberto Claudio PSB2ºT
23,32% 291.740 votos
Heitor Ferrer PDT
20,97% 262.365 votos
VER PLACAR DE APURAÇÃO COMPLETO
Diante de uma disputa acirrada, com vitória de Elmano de Freitas (PT) por menos de 30 mil votos no primeiro turno, o candidatoRoberto Claudio (PSB)  partiu para o ataque e assumiu definitivamente o papel de oposição, que ficou implícito durante o primeiro turno.
Em entrevista ao UOL, o candidato disse que a eleição será marcada pelo voto de quem é a favor da “continuidade” da gestão petista, sob comando de Luizianne Lins, e quem é contrário.
“Agora vamos a um segundo turno que terá um caráter plebiscitário: para quem acha que a gestão de Fortaleza, com os alarmantes índices de ineficiência na saúde e educação, por exemplo, deve ser mantida, tem um candidato aí que representa esse projeto. Agora quem considera que há necessidade de mudança, estamos na disputa para renovar Fortaleza", destacou.
“Estamos tendo a honra de representar esse pensamento de contestação ao modelo de gestão que está aí”, afirmou.Durante o primeiro turno, os dois candidatos pouparam-se de ataques e chegaram a ser atacados por opositores de estarem em “aliança branca.” Agora, com um cenário indefinido, o socialista deve aumentar o tom dos ataques e promete até incorporar pontos de projetos de governo de outros candidatos, em busca de apoio de siglas da oposição.

Petista diz que adversário faz "jogada política"

Para o candidato da situação, os argumentos de Roberto Claudio não passam de uma jogada política em busca de votos, mas que não deve ter efeito prático.
“Não acho que seja uma eleição plebiscitária. O próprio Roberto Claudio tem dito que quer continuar com muita coisa, como a passagem mais barata, com o Hospital da Mulher. Como é que ele diz que vai continuar com tudo e é oposição? O eleitor é mais perspicaz para fazer um processo mais complexo no voto e vai fazer um processo comparativo”, afirmou ao UOL.

Elmano de Freitas diz que o eleitor deve analisar agora a “história dos dois candidatos e as suas propostas” e defende a gestão petista à frente da prefeitura.

O racha“A maioria do povo vê que Fortaleza avançou e tem programas importantes. Mas mesmo assim sabe que temos problemas históricos, que o PT não avançou porque não se resolve em sete, oito anos de governo. Talvez ele [Roberto Claudio] gostasse que fosse assim, porque ganharia as eleições”, finalizou.
O rompimento de PT e PSB já era ensaiado pelos dois partidos em Fortaleza desde o início do ano, quando governador e prefeita começaram a travar uma disputa política nos bastidores.

No dia 21 de junho, após vários episódios de atritos entre Luizianne Lins e Cid Gomes, os socialistas anunciaram pré-candidato próprio e confirmaram o rompimento da união de quase oito anos.
Dois dias depois, a prefeita partiu para o ataque e fez duras críticas à segurança pública do Estado, durante evento municipal, classificando-a como “desastrosa.” Começava ali uma série de críticas entre os dois lados, que deram o tom da campanha eleitoral.
Com o rompimento, o grupo político que governa a capital e o Estado usaram suas lideranças nacionais para conseguir votos. O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, pelo lado de Cláudio; e a presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, a favor de Freitas, gravaram vídeos de apoio aos seus candidatos.
Fonte: Uol Eleições

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