O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse nesta segunda-feira (23/12), em entrevista coletiva sobre o balanço do ano concedida no Palácio Pedro Ludovico Teixeira - sede do governo -, que vai processar os autores de um suposto dossiê feito contra ele, citado no rol de revelações do livro do ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.
O governador, que já sabia da existência do dossiê e chegou a denunciá-lo em 2010 - quando era senador -, afirmou que ainda reúne provas e aguarda a identificação oficial dos autores do documento. "Eu espero que a Polícia Federal chegue a alguma conclusão, tem quatro anos que eu fiz a denúncia e não tenho resposta até hoje", disse. "Caso a gente tenha a identificação dos autores ,é claro que eu moverei uma ação reparatória", garantiu.
Conforme Perillo, o objetivo do dossiê era prejudicá-lo eleitoralmente. O governador tucano disse que só conseguiu evitar os danos do dossiê porque descobriu a existência dele antes. "Uma parte chegou a mim. Consegui furar o tumor. Fiz um requerimento, levei ao procurador-geral da República, levei à Polícia Federal, ao presidente do Senado, ao Ministério da Justiça. Enfim, denunciei este dossiê", relatou. "Mas o plano era perfeito: era uma bomba na eleição, iam me derrotar", constatou. "Para azar deles eu descobri muito tempo antes."
Segundo o tucano, as revelações recentes de Tuma Júnior mostraram que havia uma "armação" contra ele também na repercussão política consequente à Operação Monte Carlo, que levou Perillo a ter que defender sua imagem quando foi, por exemplo, convocado para depor no ano passado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira sobre suposta ligação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"Isso (as revelações de Tuma) foi importante para a recuperação da minha imagem nacional, ficou claro que houve armação em relação aquele suposto dossiê, e que houve armação para a CPI. A CPI foi feita para me pegar", avaliou. "A CPI foi feita porque tinha alguns desafetos do Lula que ele queria pegar", disse ainda citando dentre os outros "alvos" do ex-presidente o ministro do STF Gilmar Mendes, o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. "É bom que isso venha à tona, porque a verdade vai sendo aos poucos reposta", disse. O governador lembrou que Lula nunca lhe perdoou por tê-lo avisado do mensalão um ano antes das denúncias de Roberto Jefferson.
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