quarta-feira, 27 de outubro de 2010
PF prende camelô sacando R$ 5 milhões de empresa ligada ao PT
Camelô viajou de São Paulo a Manaus para fazer saque de dinheiro pago pela Emparsanco, que faz serviços de tapa buraco em Manaus.
A Polícia Federal no Amazonas investiga a existência de um esquema ilegal para compra de votos envolvendo a empresa Emparsanco, que é ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e possui contratos com a prefeitura de Manaus, provenientes de convênios repassados pelo Governo Federal. Um camelô foi preso em Manaus tentando sacar R$ 5 milhões às vésperas da eleição do primeiro turno em Manaus. A denúncia foi publicada na edição desta quarta-feira do jornal Folha de São Paulo.
A Emparsanco tem sede em São Paulo e abriu um escritório em Manaus em 2009, quando fechou um contrato de R$ 69,9 milhões com a prefeitura para realizar serviço de tapa-buracos na cidade. Na Época, a licitação para contratação da Emparsanco causou grande polêmica, principalmente na Câmara Municipal de Manaus (ver anexos). A Folha publica que, segundo o site da prefeitura de Manaus, entre outubro de 2009 e maio de 2010 a empresa recebeu 85,7 milhões.
O ambulante preso é Edivaldo Lopes de Aguiar. Ele foi preso pela PF depois de uma denúncia de que ele usaria o dinheiro para compra de votos. Com ele, os policiais encontraram cinco ordens de pagamentos emitidos pela empresa Santher, em nome de seu sócio majoritário, Francisco Edivaldo Lopes. Edivaldo, que havia viajado de São Paulo para Manaus apenas para sacar o dinheiro, tentava se passar pelo empresário. A quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça mostra que o dinheiro foi repassado para a Santher pelo escritório da Emparsanco em Manaus.
A empresa Emparsanco já foi acusada de diversos escândalos, principalmente em cidades de São Paulo comandada por prefeituras do PT.
Suspeita
O delegado federal Eduardo Pontes disse que causou estranheza o fato de uma pessoa sair de São Paulo para sacar R$ 5 milhões em Manaus às vésperas da eleição. “Levantamos o endereço da empresa (Santher) declarado na Receita Federal e ela não existe”, disse Fontes à Folha.
Segundo o delegado, a PF ainda apura a origem do dinheiro, inclusive analisa o contrato com a prefeitura de Manaus.
O camelô continua preso em Manaus e se negou a responder as perguntas feitas em interrogatórios dizendo que “preferia ficar calado”.
Defesa
Segundo nota oficial divulgada pela Emparsanco, a Santher é fornecedora de material para grandes obras, como seixo, areia e pedras. A nota diz ainda que todos os pagamentos foram feitos mediante emissão de nota fiscal de serviços prestados emitidas pela Santher.
A Prefeitura de Manaus informou que não ia se pronunciar sobre o assunto.
A Santher informou que Edivaldo trabalhava para a empresa e é de extrema confiança e que estavam chocados com a prisão dele.
O advogado de Edivaldo disse que ele tem bons antecedentes criminais, residência fixa em Manaus e que sempre sofreu por ter nome parecido com de outras pessoas.
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