Consolidar e ampliar a inclusão socioeconômica dos catadores de produtos recicláveis, aplicar o princípio do poluidor-pagador, e estimular a ampla implementação da logística reversa em Manaus, são alguns dos pontos apresentados pelo candidato à Prefeitura de Manaus, Artur Virgílio Neto, da Coligação “O Futuro é Agora”, durante o Ciclo de Debates da Abralatas, que a aconteceu na manhã desta terça-feira (28), no auditório do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM).
O debate dos prefeituráveis foi realizado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclagem (Abralatas) e teve a participação de catadores de várias cooperativas e núcleos de catadores que formularam perguntas aos candidatos Sabino Castelo Branco (PTB), Henrique Oliveira (PR), Herbert Amazonas (PSTU), Jerônimo Maranhão (PMN), Luiz Navarro (PCB), Pauderney Avelino (DEM), Marcelo Ramos (PSB) representando Serafim Corrêa e Vital Melo (PT) representando Vanessa Grazziotin (PCdoB).
À pergunta-tema do debate – “O senhor pretende realizar parcerias com as cooperativas de catadores?” – Artur respondeu que essas parcerias fazem parte de sua meta de inclusão desses profissionais. “O que eu quero para os catadores é inclusão social. Eles estarão na mesa de negociações junto com a gente. Tudo será decido com a presença deles, inclusive as formas de parceria e benefícios. A inclusão social dos catadores efetivamente vai acontecer na minha gestão”, garantiu.
Artur disse ainda que vai buscar mecanismos para estimular entre as indústrias, a logística reversa, mecanismo previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que determina que os fabricantes e comerciantes de bens perecíveis devem recolher os resíduos recicláveis para reaproveitamento.
Além disso, Artur apontou que “quem poluir vai ter que pagar. Quem contaminar terá que descontaminar. Por exemplo, quem cometer uma determinada infração ambiental terá que descontaminar. A multa será uma contribuição para descontaminar uma nova área”, afirmou aos participantes do debate.
Aterro sanitário
Artur disse ainda que não vê dificuldade em criar aterros sanitários em Manaus. “A cidade precisa de verdadeiros aterros sanitários. A fase do lixão já passou e está superada. Estamos ainda na fase dos aterros controlados e temos que passar para a fase do verdadeiro aterro sanitário. Eu não vejo nenhuma dificuldade para implantar o aterro sanitário aqui em Manaus porque existe dinheiro internacional para isso”, assegurou.
Amigo do Catador
A representante da Cooperativa de Catadores Aliança, Irineide Lima, define o encontro como uma oportunidade para os catadores de levarem ao futuro prefeito suas reivindicações. “Esse debate é importante porque estamos ouvindo as propostas dos candidatos. Nós encontramos muitas barreiras de diálogos. Mas, o nosso desejo é que o futuro prefeito seja “Amigo do Catador”, declarou.
O diretor da Abralatas, Renault Castro, o debate proporcionou um canal de comunicação entre os candidatos e os catadores. “A nossa intenção aqui não é assistencialista. Queremos ressaltar a eficiência dos catadores. Serviço eficiente com baixos recursos para a prefeitura. Seria uma verdadeira empresa de coleta seletiva, um ganho para a sociedade e para a categoria”, disse.
Realidade de catador
O catador Francisco Saraiva, 28 anos, mais conhecido como Chicó, disse que a categoria passa por muitas dificuldades. “Eu sou catador há mais de cinco anos e existem momentos de crise econômica em que a gente sofre para vender o material porque o mercado está desaquecido e nós ficamos na mão de atravessador. Por isso, nós queremos um apoio da prefeitura para comprar o nosso material nesses momentos difíceis”, reivindicou.
Texto: Vanessa Leocádio
Fotos: Alexandre Fonseca
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