Gabriela Guerreiro e Márcio Falcão, da Folha Online.
A Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu nesta segunda-feira apresentar representação por quebra de decoro parlamentar contra os oitos deputados distritais citados na operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Eles fazem parte do inquérito que investiga suposto pagamento de propina do governador José Roberto Arruda (DEM) para parlamentares da base aliada.
A informação foi anunciada pelo presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), um dos envolvidos na investigação. "A Mesa Diretora acabou de tomar essa decisão por sugestão minha e estará fazendo uma representação a todos os deputados que são citados no processo. Eu não irei subscrever e tudo que diz respeito a esse processo será investigado", disse.
Além de Prudente, devem ser investigados pela Comissão de Ética a líder do governo, Eurides Britto (PMDB), o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Rogério Ulysses (PSB), Júnior Brunelli (PSC), Benício Tavares (PMDB), Pedro do Ovo (PRP), Benedito Domingos (PP), e Roney Nemer (PMDB).
Os deputados distritais Prudente, Eurides Brito (PMDB), Júnior Brunelli (PSC) aparecem em vídeos recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa.
Na época da gravação, Barbosa era presidente da Codeplan (empresa do DF). Ele colaborou com a operação Caixa de Pandora da Polícia Federal que investiga o suposto esquema.
O presidente da Câmara disse que colocou o dinheiro na meia por questões de segurança. Ele reconheceu que recebeu dinheiro sem declarar à Justiça Eleitoral.
"Quero informar que fui vítima de chantagem. Me foi oferecida ajuda financeira para campanha de 2006. Eu recebi o dinheiro e coloquei nas minhas vestimentas em função da minha segurança porque não uso pasta. Tão logo tenha as informações [sobre o processo] eu estaria dando as demais declarações. Vou dizer isso na tribuna da Câmara", afirmou.
O presidente da Câmara Legislativa disse que a Justiça vai avaliar se houve ou não crime eleitoral. "Foi oferecido pelo senhor Durval Barbosa e eu recebi o dinheiro. Eu to afirmando que eu recebi. [A doação] Não foi contabilizada. Se foi [crime], a Justiça é quem vai dizer."
Eurides Britto, em nota, não explicou a origem do dinheiro, mas Eurides afirmou que as gravações estão sendo deturpadas e se disse "perplexa" com a forma como estão sendo divulgados seus encontros com o ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa.
O ex-secretário colaborou com a operação Caixa de Pandora da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de pagamento de propina do governador para a base aliada na Câmara Legislativa.
"Tendo agora tido acesso parcial a ele [inquérito], aumentou a minha indignação pela deturpação de como está sendo conduzida a amostra clandestina de nossos contatos sem estarem acompanhadas das devidas explicações do que se conversava. Aos que me conhecem e sabem meu modo íntegro na vida pública, quero tranquilizá-los dizendo que voltarei com detalhes logo que tiver contato com o processo inteiro. [...] O embate político de 2010 começou cedo e veio da forma mais repugnante possível", disse.
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