Depois de muita hesitação e suspense, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) anunciou que vai disputar o governo de Pernambuco.
Dissidente em seu partido, Jarbas franqueará o palanque com o presidenciável da oposição, o tucano José Serra.
O senador, que já governou o Estado duas vezes, vai às urnas a bordo de uma coligação que inclui, além do seu PMDB: PSDB, DEM e PPS.
Medirá forças com o governador Eduardo Campos (PSB), coligado ao PT. Candidato à reeleição, Campos lidera as pesquisas.
O governador preside o PSB federal. Acaba de empurrar o seu partido para dentro da mega-aliança que dará suporte à candidatura petista de Dilma Rousseff.
Uma semana depois de passar na lâmina o projeto presidencial de Ciro Gomes, o PSB aderiu a Dilma nesta quarta (5), num almoço brasiliense.
Assim, haverá em Pernambuco uma disputa nítida e bem demarcada: de um lado, Jarbas Vasconcelos/Serra. Do outro, Eduardo Campos/Dilma.
O duelo será travado sobre o pano de fundo da popularidade de Lula. Prestigiado no resto do Brasil, o presidente pernambucano é como que mitificado em seu Estado natal.
Melhor para Campos. Encontrou em Lula, mais do que um aliado, uma ponte para as arcas federais, generosas com sua gestão.
Pior para Jarbas, notabilizado como um dos mais ácidos críticos do governo Lula.
O azedume do senador, aliás, contrasta com o timbre água-com-açúcar que tem caracterizado a retórica de Serra em relação a Lula.
Com os cofres tonificados pelas verbas providas por Lula, Eduardo Campos constrói um vistoso puxadinho político no quintal inimigo.
Já atraiu o apoio de cerca de 20 prefeitos de “oposição”. Gente filiada aos partidos que “estão” com Jarbas. Inclusive o PSDB de Serra.
É nesse cenário adverso que Jarbas vai tentar empinar sua candidatura. Tomando-se o quadro atual, parece improvável que o senador prevaleça.
Mas não há em Pernambuco nenhuma outra liderança de oposição com o prestígio de Jarbas. Com ele, há o risco de derrota. Sem ele, haveria um massacre.
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