quarta-feira, 12 de maio de 2010
Petista promete greve de fome contra intervenção no Maranhão
Dutra acusa Roseana de usar a máquina pública para cooptar o PT. Foto: Dida Sampaio/AE
O deputado Domingos Dutra (PT-MA) ameaça fazer greve de fome se houver intervenção do PT nacional no Maranhão para retirar o apoio do partido à candidatura do deputado Flávio Dino (PCdoB) .
A aliança foi selada no dia 27 de abril, quando por 87 votos a 85 o diretório estadual preferiu Dino à governadora Roseana Sarney (PMDB), que busca o quarto mandato.
Dutra acusa o senador José Sarney (PMDB-AP) de pressionar o presidente Lula e o diretório nacional a anular a decisão do dia 27.
A estratégia seria colocada em prática no próximo dia 22 de maio, quando um segundo encontro estadual vai definir os candidatos a vice-governador, senador, deputados federais e estaduais.
Há dois candidatos à vaga de vice-governador: Terezinha Fernandes, uma das fundadoras do PT no Estado, que reivindica a vaga na chapa de Flávio Dino. E Washington Luiz, ex-deputado federal, que disputa o posto na chapa de Roseana.
O golpe articulado pelos petistas pró-Roseana seria eleger Luiz e, com isso, pedir a anulação do resultado anterior, alegando que a maioria teria aderido à aliança com o PMDB.
Dutra acusa Roseana de usar a máquina pública para cooptar o PT. Nos quinze dias que antecederam o encontro do dia 27, ela nomeou dois petistas para seu secretariado.
No dia 20 de abril, Anselmo Raposo assumiu a Secretaria de Educação, um dos maiores orçamentos do governo.
Uma semana antes, outro petista, Edmilson Santos, tomou posse como secretário de Desenvolvimento Social.
Um dos fundadores do PT no Estado, Dutra acompanhou Lula nas Caravanas da Cidadania, em 94, quando percorreram o Maranhão de Caxias a Imperatriz.
“Comemos muito camarão juntos”, lembra.
Em 1996, Dutra elegeu-se vice-prefeito de São Luís na chapa encabeçada por Jackson Lago (PDT). Em 1998, perdeu a eleição ao governo para Roseana.
“Se tiver intervenção eu faço greve de fome. É um ato de legítima defesa. Ou respeitam nossa decisão, ou me expulsam do partido, ou eu morro de fome”, adverte Dutra.
Se depender de Lula, vai morrer de fome. Pelo menos, a julgar pela posição do Presidente no episódio do cubano Orlando Zapata, morto após 85 dias em greve de fome.
Ao considerá-la uma “insanidade”, Lula disse lamentar profundamente que uma pessoa “se deixe morrer por uma greve de fome”.
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