quarta-feira, 26 de maio de 2010

Por que só agora?

*Augusto Banega Montenegro

O senador Alfredo Nascimento (PR) resolveu dar o tom de sua campanha ao Governo do Amazonas, mandando bala sobre o governo do Estado, que apóia Lula e Dilma Roussef e sobre o prefeito Amazonino Mendes, descartando qualquer aliança futura e demonstrando que o palácio do planalto não vai mesmo dar suporte às candidaturas de Omar Aziz, Eduardo Braga a Vanessa Graziottin.

Segundo Alfredo em pronunciamento no Senado da República, o setor de saúde está um casos em Manaus. Ele praticamente alegou que o governo do Estado recebeu dinheiro do Ministério da Saúde, mas não investiu. Para se ter uma idéia, a população não tem o menor conhecimento do valor de um procedimento médico pago pelo SUS . Mas é ínfimo, pequeno mesmo. Uma consulta médica não vale R$ 10,00.

Talvez Alfredo tenha feito essas críticas baseado na sua experiência de ter implantado em Manaus o programa Médico da Família, baseado no programa do governo de Fernando Henrique, Saúde da Família. Alfredo mandou construir casas de madeira que davam apoio ás famílias. O programa quase faliu, mas, por sorte, o ex-prefeito Serafim Correa deu um empurrão.

Não era esse o tom de campanha que o povo amazonense desejava. Críticas, qualquer um faz, até mesmo quem não tem experiência com a tribuna. O que não parece coerente é essa disposição de Alfredo em tentar desqualificar o trabalho realizado por Omar e Braga, criticando-os pior alguns problemas ocorridos na área de saúde. O que se espera de um Senador é, no mínimo, cooperação. Criticar por criticar não nos parece justo, legal, principalmente em um momento delicado da vida pública brasileira, quando se ameaçam pessoas sérias com investigações e escândalos.

O governo do Estado e a Susam devem, sim, investigar as denúncias feitas pela imprensa e tentar, o mais rápido possível, resolver a situação, principalmente porque a população merece ser tratada com mais carinho e respeito.

Mas essas investigações e as soluções devem ser feitas em favor da população do Amazonas e de Manaus, principalmente, que se cansou de esperar pela recuperação da rodovia BR-319, que o próprio governo da República anunciou, detonou e jogou as promessas para o fundo do armário. Que o confirme o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e a ex-ministra Marina Silva. E nesse caso, não se escutam quase vozes criticando A ou B porque as obras não foram feitas. Essa, talvez, seja a grande diferença dessa campanha. O povo deve escolher quem fez mais pelo Estado, mesmo que não exista perfeição no trabalho realizado. O que vale é a vontade de fazer.
*É Jornalista e diretor de redação do manoreporter

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