segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mercadores da fé.

O presidente Lula deve estar conversando agora com o bispo Romildo Ribeiro Soares, conhecido como Missionário R. R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus.

É um momento de campanha, embora em horário de expediente, com vistas a reforçar a candidata Dilma junto ao público evangélico.

Tenta recuperar terreno onde o adversário, José Serra, já ciscou, nessa etapa da campanha disfarçada de “pré-campanha”.

Fora do palanque do Dia do Trabalhador, que Lula dividiu com Dilma, Serra procurou os evangélicos, no dia 1º de maio.

Em Balneário Camboriú (SC), participou do 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários da Última Hora.

Promovido pela Assembléia de Deus, o encontro reuniu milhares de fieis, sob a liderança do pastor Everaldo Pereira, do Partido Social Cristão (PSDC), que apóia Serra desde 2002.

Líder religioso que arrebata audiências na televisão, R.R. Soares apresenta o popular “Show da Fé”, transmitido pelas redes Bandeirantes e CNT.

Ainda neste mês, ele estréia novo programa na Bandeirantes, agora em formato de talk show, no horário nobre que aluga desde 2003, a preços milionários.

R.R. Soares só perde em horas de aparição na tevê para o líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago, que, por sua vez, arrebanhou fiéis do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.

R.R. Soares foi co-fundador da Universal e casou-se com a irmã de Macedo. Mas ambos romperam e ele fundou sua própria igreja.

Lula sabe que o voto evangélico tem participação expressiva na eleição e preocupa-se em aproximar a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, do segmento.

Para se ter uma idéia do alcance desse eleitorado, o Serviço de Evangelização para a América Latina (Sepal), organização protestante de estudos teológicos, estima que a metade dos brasileiros será evangélica em 2020.

A conta parte da premissa de que a taxa de crescimento dos evangélicos na próxima década continuará a mesma dos últimos 40 anos.

Em 1960, os evangélicos eram 4% da população brasileira. Hoje, calcula-se que sejam 24%.

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