quarta-feira, 12 de maio de 2010

Filme sobre Sarney custou R$ 650 mil aos cofres públicos

Ao gastar R$ 650 mil do dinheiro público para realizar o documentário “José Sarney, um nome na história”, a intenção da produtora FBL Criação e Produção era “preservar a memória” do país, segundo a diretora da empresa, Rozane Braga.

Com 70 minutos, o filme foi exibido pela TV Senado em 24.abr.2010, quando o presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), completou 80 anos. O vídeo alterna longo depoimento do próprio Sarney com falas menores de sua filha e governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB-MA), do senador Marco Maciel (DEM-PE), do poeta Ferreira Gullar e outros entrevistados.

A produção foi beneficiada pela Lei Rouanet de incentivo à cultura, informa o repórter do UOL Fábio Brandt. Seu custo equivale ao que a Eletrobrás, a Vale e a Nextel não pagaram em impostos por incentivar a realização da biografia audiovisual de Sarney. Desde 6.mar.2008, o presidente da estatal Eletrobrás é Antônio Muniz Lopes. Ele assumiu o cargo com apoio de Sarney (aqui, a relação de dirigentes da Eletrobrás).

O senador nega ter influenciado a obtenção do patrocínio. Sua assessoria de imprensa afirma que a FBL realizou o filme de forma independente e só escolheu biografar o congressista pela “importância política que ele tem na história recente do país”. Segundo a diretora da FBL, “colocar [o projeto do filme] na Lei e conseguir o patrocínio é responsabilidade da produtora. O presidente Sarney entrou de gaiato nessa história”.

Não é a 1ª vez que recursos da Eletrobrás são associados a Sarney. Reportagem publicada pela “Folha de S. Paulo” em 18.ago.2009 informou que o instituto Mirante, criado pelo empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney, recebeu R$ 250 mil da estatal. Na ocasião, a Polícia Federal desconfiava que o empresário usava a influência do pai para conseguir contratos para empresas privadas no setor de energia.

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