CPI Águas do Amazonas
Na capital amazonense, à falta de água nas torneiras fez-se através de um conjunto de políticas implementadas pelo governador Gilberto Mestrinho e seus discípulos. Neste momento, o grande interesse capitalista, em confluência com o Estado, fazer-se passar, mais uma vez, por “interesse geral”. Em contraste com as necessidades da população manauara, emerge um período “monopolista de Estado”, que, com sua preferência pela mão “visível” em detrimento da “invisível”.
Do ponto de vista das relações entre as classes capitalistas e o Estado, há interpretações diversas do significado do processo eletivo, a fase inaugurada por Amazonino Mendes é da captação monetária para devolver, mas uma vez a compra de musculatura eleitoral. Mencionarei aqui, a título de ilustração, duas posições significativas: a interpretação do jogo “liberalismo corporativo” e a do “funcionalismo político”. Pela primeira, o que teria ocorrido é que, em momentos de crise de acumulação, ao contrário de situações rotineiras, os capitalistas tornam-se capazes de agir “como classe”. Ou seja, na virada do século e particularmente durante o tempo hostil tornou-se claro para a vanguarda do grande empresariado que alguma forma de racionalização da economia era necessária. A partir disso, as políticas adotadas, inclusive o processo político público/privado/social e o crescimento do Estado. Por outro lado, a segunda interpretação advoga que o Estado é, já por definição, o fator de coesão de uma formação social e, portanto, inerentemente funcional à reprodução das condições de produção do sistema. Assim, ao contrário de alvo de pressões diretas dos interesses das grandes corporações, o Estado só teria sido capaz de promover a racionalização social e econômica naquele momento graças a sua “autonomia relativa” frente às classes, o que lhe permitiu fugir às lógicas setoriais e particularizadas e projetar as condições ótimas para a continuidade da acumulação em longo prazo.
Seja como for, o certo é que a confluência entre os interesses capitalistas e a ação do Estado deu origem, a corrida eleitoral irracional, sem conteúdo ético. A moeda da vez é a empresa Águas do Amazonas, que está sendo combalida mais uma vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário