Deu no Correio Braziliense
A presidente Dilma Rousseff definiu que participará de atos de campanha neste segundo turno em São Paulo e Salvador.
Ela já esteve em São Paulo no primeiro turno, na última semana de campanha, em comício ao lado de Fernando Haddad e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Guaianases, na Zona Leste paulistana. Não esteve em Salvador, mas acertou sua presença com o governador Jaques Wagner e o candidato do PT à prefeitura, Nelson Pellegrino. Pessoas próximas a ela não descartam, inclusive, que o evento seja realizado no próximo fim de semana, emendando com o feriado de 12 de outubro.Apesar da pressão que sofre de outros aliados, Dilma avisou aos seus ministros mais próximos que não vai a municípios onde são remotas as chances de vitória dos partidos aliados. Para não melindrar os candidatos, a presidente justifica afirmando que "eles precisam buscar ampliar as coligações e viabilizar-se eleitoralmente". Na prática, Dilma quer ser a "cereja do bolo", não a salvadora da pátria. Essa missão coube e continuará com o ex-presidente Lula, que ontem comemorou a votação obtida pelo PT na urnas. "É o melhor resultado da história", disse, em nota.
Dentro desse cenário, ficou praticamente impossível a presença da presidente em Manaus, no palanque da comunista Vanessa Grazziottin (PCdoB). Apesar de ter prometido apoiá-la pessoalmente ainda em primeiro turno, os resultados eleitorais deste domingo praticamente inviabilizaram a candidatura da aliada. Artur Virgílio (PSDB) teve 40,5% dos votos válidos e Grazziottin, 19,9%. Uma distância gigantesca para ser revertida em 19 dias.
Dilma tampouco vai a capitais nas quais os partidos da base aliada estiverem disputando uma nova rodada eleitoral. É o caso, por exemplo, de Curitiba, onde o pedetista Gustavo Fruet enfrenta Ratinho Júnior (PSC). Interlocutores da presidente admitem que ela está sofrendo uma grande pressão da chefe da Casa Civil, ministra Gleisi Hoffmann, para visitar a capital paranaense. Gleisi, ao lado do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, são os grandes padrinhos de Fruet. Eles venceram as resistências do PT paranaense, que chegou a fazer campanha, informalmente, para Ratinho Junior.
Cenários
A presidente avaliou, com os ministros da coordenação política, que o principal temor do Planalto acabou não se concretizando. A base aliada, apesar da enorme quantidade de candidatos nas eleições municipais, não fissurou de maneira irreversível. O PT elegeu mais prefeituras que tinha, mas o PMDB manteve-se como principal legenda do país, triunfando em 1.020 cidades.
Dilma e seus interlocutores, contudo, identificaram algumas cisões nos partidos. Em relação ao PMDB, por exemplo, a presidente teve ontem duas reuniões distintas. Pela manhã, ela se encontrou com o vice-presidente Michel Temer. À tarde, recebeu o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral. "Não é uma questão de coincidência. Alguém duvida que são dois grupos que se desafiam internamente?", questionou um interlocutor governista.
Com 42 anos e eleito para um novo mandato com 65% dos votos válidos, Paes brincou com os jornalistas. "Quero aqui anunciar que gostei de descer essa rampa. Sou candidato a presidente... Pelo amor de Deus, bom humor de carioca", disfarçou, logo em seguida.
Acompanhado de seu padrinho político, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito fluminense afirmou que a sua vitória deve-se, em grande parte, à parceria firmada entre os governos federal e do Rio. Cabral disse que a presidente está muito entusiasmada com a candidatura de Fernando Haddad.
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