Um aliado nem tão aliado assim. Esta pode ser a definição que melhor enquadra a tumultuada relação entre o PMDB e o PT. Em mais uma manobra para ampliar os espaços, tanto no Governo Federal como na mesa de negociações das eleições majoritárias do próximo ano, o PMDB já colocou na rua, nada mais, nada menos, que um bloco de 23 pré-candidaturas para disputar os governos estaduais. O número é um recorde. Atualmente, PT e PSDB possuem 11 postulantes e o PSB apenas sete.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o objetivo do PMDB é aumentar a pressão sobre o PT de forma a ampliar os espaços nas coligações estaduais. A moeda de troca neste caso é a sustentação de candidaturas peemedebistas em prol da formação de palanques de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Uma outra forma de pressão para que o PT defina os apoios estaduais reside na tentativa de integrantes do PMDB em antecipar de julho para março de 2014 a convenção nacional do partido. Neste jogo de tascar gasolina na fogueira, o PMDB já anunciou nomes até mesmo onde a chance de uma candidatura própria do partido é tida como praticamente nula.
Enquadram-se aí estados como Minas Gerais, onde a legenda deverá apoiar o petista Fernando Pimentel na disputa pelo Governo do Estado, e Pernambuco, onde o partido tende a fechar com o PSB do governador e presidenciável Eduardo Campos. Isso sem contar as postulações pemedebistas que fazem oposição aberta ao PT, como a do vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima, que é abertamente contrário ao governo de Jaques Wagner no estado da Bahia. Os dois partidos deverão se engalfinhar diretamente em cerca de dez estados.
Por estas e outras, a presidente Dilma não hesitou em sapecar, na última sexta-feira (1), em entrevista à rádios de Salvador que a prioridade são as alianças nacionais e que as dificuldades regionais devem ser tratadas, também, em nível regional. A posição é semelhante a adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem a reeleição de Dilma deve ser a prioridade do PT.
Diante deste entendimento, porém, aliados avaliam que, se esta é a diretriz a ser seguida, o PT deve abrir mão de disputar a eleição em vários estados como forma de assegurar um palanque competitivo para os seus planos de poder. Disposto a garantir o apoio da legenda, o PT já estuda a possibilidade de abdicar candidaturas próprias em pelo menos quatro estados. O partido também avalia o impacto que este tipo de decisão poderá ter sobre o tamanho da bancada petista tanto na Câmara como no Senado. Com a panela chiando no fogão, resta saber como o PT agirá para reduzir a pressão sem estourar a caldeira que segura a relação entre as duas legendas.
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