sábado, 14 de março de 2009

Dois corruptos vaiados em Manacapuru.


O ex-prefeito de Manacapuru, Washington Régis, segundo contam as mais línguas ferinas, sempre acalentou os seus devaneios políticos de um dia comemorar o seu aniversário nos braços do povo da “Princesinha do Solimões”. Washington Régis esperou quatro, não consegui. Como sonhar não faz mal a ninguém, Washington Régis volta a Manacapuru quarta-feira, 12, exatamente no dia de seu aniversário, radiante, pronto para cair nos braços do povo. Infelizmente, não foi desta vez.
Washington Régis, que deixava o Fórum Giovani Figlioulo, localizado no bairro Figueirense, próximo ao Parque do Ingá, fagueiro, cheio de sorriso, foi recebido por uma multidão de aproximadamente três mil pessoas, com uma sonora vaia.

Pior: Washington Régis - quem estava presente no local teve oportunidade de ouvir – foi chamado de ladrão, num coro reverberado por um grupo de pelo menos 300 pessoas que cobravam do ex-prefeito e do atual a casa prometida durante a campanha de cinco de outubro passado para que votasse no então candidato Bessinha.

Diante do inesperado e tantas cobranças pós-eleições, Washington Régis e Edson Bessa sumiram do local como o “diabo foge da cruz”.

Até sumirem, entretanto, não foram poucos os xingamentos que ouviram.

“Vocês me prometeram uma casa e sequer iniciaram a obra”, esbravejava Antonio Lima, que não poupou a ambos dos mais sutis impropérios só publicáveis nas crônicas, artigos e matérias do jornalista Anhanguera, colaborador do REPÓRTER.

Tanto Washington Régis quanto Edson Bessa deixaram o Fórum Giovani Figlioulo após o julgamento do pedido de cassação do mandato do ex-prefeito e do registro do então candidato de Manacapuru acusados por prática de crime eleitoral, inclusive, pelo juiz da 3ª Comarca o Município, Luis Cláudio Chaves.

A imprensa não teve acesso ao local porque o processo corre sob segredo de justiça.

Comenta-se, todavia, que Washington Régis, levado por Edson Bessa como testemunha, foi desqualificado pela promotora de justiça por constar no processo como réu. Comenta-se, também, que todas as denúncias apresentadas pelo juiz Luis Cláudio ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Ary Moutinho, como entrega de cesta básica, compra de voto e outros favorecimentos ilícitos, foram confirmados ao meritíssimo juiz Celso Antunes da Silveira.

“O juiz (Luis Cláudio) falou a verdade. Eles desligavam a luz de madrugada e distribuíam rancho no bairro do Novo Manacá”, dizia à reportagem, João Roberto.

Nenhuma casa foi construída com recursos do Prosamim

Minutos depois da inusitada manifestação de aniversário reservada ao ex-prefeito Washington Régis, a equipe do REPÓRTER esteve no local onde seriam construídas as casas com recursos do Prosamim. Pelo menos no Canal da Liberdade não foi encontrada nenhuma obra. Nada vezes nada.

Além da placa do governo federal e da empresa construtora, a Metacon, o único sinal de que o Canal da Liberdade seria urbanizado foi um movimento de terra – como se máquinas tivesse passado por lá - e nada mais, embora na placa do governo conste que as obras deveriam ter iniciada em abril do ano passado e concluídas em 360 dias, ou seja, em março deste ano. Mas os prazos só existem mesmo na placa.

No papel, de acordo com informações obtidas pelo REPÓRTER, constam que as obras de urbanização no Canal da Liberdade seriam executadas com recursos da Caixa Econômica Federal correspondente a R$ 5,6 milhões, conforme convênio SIAFI 614652.
E mais: que recursos da ordem de R$ 3.9 milhões teriam sido liberados no dia 14 de janeiro de 2008. E mais ainda: que a última liberação, no valor de R$ 1,9 milhão, ocorreu no dia 18 de dezembro de 2008.

Resumindo: recursos suficientes para a execução dos trabalhos foram repassados para os cofres públicos da Prefeitura Municipal de Manacapuru, mas simplesmente nada, a não ser uma tímida ação de terraplenagem, foi realizada no Canal da Liberdade.
FONTE: Repórter

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