segunda-feira, 19 de abril de 2010

38% apóiam indicação de Lula, mas Dilma só tem 28%

Transferência de prestígio continua uma incógnita
apenas 16% dizem conhecer Dilma muito bem

No papel, em números, não existe candidato com mais potencial para crescer nas pesquisas de opinião do que Dilma Rousseff, do PT. Na prática, entretanto, ainda não se sabe se essa profecia sobre a inevitabilidade da vitória dilmista vai se concretizar.

A pesquisa Datafolha de 15 e 16 de abril (aqui, todos os levantamento eleitorais) tem vários indicadores mostrando o caminho por onde Dilma pode caminhar para ter sucesso em outubro.

Eis alguns dados (e as tabelas):

1) grau de conhecimento: apenas 16% dizem conhecer Dilma muito bem. No caso do seu adversário direto, José Serra (PSDB), a taxa é de 34% de Serra:


2) conhecimento dos partidos: a identificação partidária não vale muita coisa no Brasil. Mas é sempre melhor que o eleitor saiba qual é a sigla do candidato. Nesse caso, Dilma até não está tão mal, pois 47% sabem dizer que ela e do PT. No caso de Serra, 28% sabem que o tucano é do PSDB. Supõe-se que esses percentuais cresçam ao longo dos próximos meses. Eis a situação atual:

3) apoio de Lula: 61% já dizem saber que Dilma é apoiada por Lula (10% citam outros nomes). E para 38%, o aval lulista os "levará a escolher esse candidato com certeza", embora a petista tenha hoje só 28% de intenções de voto. A dúvida é: como reagirão os eleitores ao saber, de fato, que Lula está mesmo apoiando Dilma? Eis os dados de hoje:



4) voto espontâneo: Dilma lidera com 13% no levantamento no qual não se mostram os nomes dos candidatos aos entrevistados. O "candidato do Lula" recebe 3%. O "do PT", 1%. Ou seja, em tese, seu potencial na espontânea é de 17%. Esse é o voto mais certo e consolidado. Serra nessa pergunta tem 12% agora.
Some-se também o fato de 43% dos votos de Dilma na pesquisa estimulada coincidirem com a escolha já verificada na pesquisa espontânea-nesse caso, a taxa de Serra é menor, de 31%. Esse é um cruzamento interessante. Nem todos os que votam de maneira espontânea mantêm a escolha ao serem confrontados com as cartelas indicando os nomes dos candidatos. Isso ocorre porque o processo ainda está no começo. Os eleitores ainda não se ligaram no debate eleitoral. Mas quando um eleitor cita o nome do seu escolhido na pesquisa espontânea e repete o nome na pesquisa estimulada, isso é um sinal de um voto já mais convicto. Nesse aspecto, pelo menos neste momento, Dilma Roussef está melhor que os demais. Eis os dados a serem considerados e algumas estratificações por região do país, sexo, faixa etária e escolaridade:

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