Ao lado de Aécio Neves, que apareceu de barba, o candidato do PSDB à presidência José Serra.
Por Alberto Bombig
Na frente das câmeras, microfones e gravadores, José Serra continuará dizendo que, nesta altura da campanha, não dá bola para as pesquisas. Em privado, no entanto, a mais recente rodada de levantamentos, iniciada pelo Datafolha sábado passado e concluída agora pelo Ibope, deu ao tucano, conforme seus interlocutores, alta dose de confiança.
Serra e seu estafe avaliam que o motor da candidatura Dilma Rousseff (PT) perdeu força no momento da decolagem. Antes de eu explicitar o raciocínio dos tucanos, os números: 36% Serra, 29% Dilma e 8% Ciro e 8% Marina.
No início de março, os tucanos do entorno de Serra não tinham constrangimentos de afirmar, também em privado, que o mais lógico seria Dilma, em viés de alta, iniciar a campanha à frente de Serra. Naquele momento, os ventos sopravam a favor do avião da petista _bons resultados do país na economia, alta exposição ao lado de Lula, obras sendo entregues, partido enquadrado, enfim, um conjunto de ativos comumente chamado de perspectivas de vitória.
Acontece que a ultrapassagem, no melhor momento para que ela acontecesse não se realizou, e Dilma permanece atrás de Serra (onde sempre esteve, é bom registrar), longe até da margem de erro.
A mesma campanha tucana que admitia a hipótese de largar na segunda posição, agora, começa a achar que a tendência é a petista permanecer atrás tucano pelo menos até o início do horário eleitoral gratuito e obrigatório de rádio e televisão em agosto, quando Dilma terá a grande chance de entrar na casa dos brasileiros para tentar convencê-los de que ela e Lula são uma só criatura.
Ainda conforme o raciocínio da campanha de Serra, se Dilma permanecer atrás até lá (com a vantagem do tucano sobre ela acima de cinco pontos percentuais), o governo federal terá dificuldades para manter unida sua base em torno da candidata.
Por quê? “Porque, aos aliados, o PT vendeu a ideia de que Dilma já estava eleita”, resume um tucano paulista. “Essa ideia é um castelo de areia erguido sobre a praia da popularidade apenas de Lula. Não fica em pé, Serra tem consistência”, completa.
Sem a euforia de meses atrás, restará ao PT trabalhar para manter unida sua base, seus palanques, nos estados, e, aos tucanos, a missão é atuar para convencer quem está minimamente indeciso ou ameaçado de não se eleger de que a vitória caminha junto com Serra.
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