FERNANDO RODRIGUES
BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha realizada nos dias 15 e 16 deste mês traz José Serra com 38% e Dilma Rousseff com 28%. No segundo pelotão, Marina Silva surge com 10% e Ciro Gomes registra 9%.
O dado mais relevante é que a diferença entre o tucano Serra e a petista Dilma é de dez pontos percentuais. No levantamento anterior, do final de março, era de nove pontos. Ou seja, a variação ficou estritamente circunscrita à margem de erro, que é de dois pontos -para mais ou para menos.
Desde o último levantamento do Datafolha, houve um evento com grande exposição na mídia. O PSDB fez uma megafesta no dia 10 deste mês para lançar oficialmente o nome de Serra ao Planalto.
Apesar da presença forte no noticiário, o tucano se manteve mais ou menos onde estava. Trata-se de uma notícia positiva para os lulistas. Dilma também se segurou no mesmo patamar de intenção de votos. E pode até argumentar que em fevereiro, depois de ter sido lançada oficialmente como pré-candidata, aproveitou para se consolidar acima dos 25% nas pesquisas.
Além da estabilidade de Serra e de Dilma, o Datafolha também confirma uma tendência: Ciro Gomes, do PSB, está em fase de desidratação. Tinha 13% em dezembro e foi oscilando para baixo até os 9% atuais. Pela primeira vez, ficou numericamente atrás de Marina Silva, do PV, embora do ponto de vista estatístico eles estejam empatados.
Sob inspiração de Lula, o PSB parece mesmo disposto a rifar a candidatura de Ciro. A se confirmar esse cenário, o quadro sucessório ficará restrito a Serra e Dilma polarizados na frente, Marina como uma terceira via isolada e uma porção de nanicos atrás.
A não ser que os nanicos e Marina Silva ganhem músculos eleitorais, a tese da polarização entre PSDB e PT se consolida rapidamente. Cresce a chance, portanto, de uma decisão no primeiro turno.
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