PMDB e PT decidiram dar um ar de fato consumado à sua parceria eleitoral. Unidos por acordo pré-nupcial firmado em 2009, as legendas vão antecipar o casamento.
O PT aclamou Dilma Rousseff como sua candidata em Congresso partidário realizado em fevereiro.
O PMDB agendou para 15 de maio o Congresso que indicará Michel Temer como candidato a vice-presidente da República.
Sem alarde, a “noiva” foi convidada a participar do evento do “nubente”. Com as bênçãos de Lula 'Governabilidade' da Silva e do PT, Dilma Rousseff aceitou.
Em termos práticos, vai-se antecipar em um mês uma boda que seria celebrada nas convenções partidárias de junho.
Deseja-se produzir um fato político que leve às manchetes a impressão de que o palanque do governo está mais bem alicerçado que o da oposição.
Com a adesão do PSB de Ciro Gomes, cuja candidatura foi incinerada, a coligação de Dilma está escorada em sete legendas: PT, PMDB, PDT, PR, PCdoB, PRB e PSB.
Esse consórcio partidário já assegura à candidata de Lula uma vitrine televisiva de 9min09s.
Amparado por três partidos –PSDB, DEM e PPS— o tucano José Serra conta, por ora, com escassos 5min37s de tempo de tevê.
Nos subterrâneos, o PT se mexe para tentar evitar que o senador Francisco Dornelles vire candidato a vice na chapa de Serra.
Primo do grão-tucano Aécio Neves e presidente do PP, Dornelles (RJ) administra o assédio do PSDB sem fechar a porta para o PT.
Nesta quarta (28), sob o comando de Dornelles, a Executiva do PP deve se reunir em Brasília. Será um encontro de cartas marcadas.
Está combinado que o PP vai adiar a decisão sobre o apito que irá tocar na sucessão de Lula.
O PP desfila na passarela eleitoral munido de um patrimônio de 1min20s de propaganda televisiva. Daí o duplo assédio.
Unindo-se à caravana petista, o PP eleva o tempo da propaganda eleitoral de Dilma para notáveis 10min29s.
O PSDB dá de barato que PTB e PSC vão entregar seus espaços na tevê para Serra. Se confirmado, a oposição iria a 6min57s. Com o PP, saltaria para 7min77s.
O PT executa dois movimentos. Num, tenta convencer Dornelles de que a adesão a Dilma é melhor negócio.
Noutro, conspira para arrancar do PP pelo menos a neutralidade. Nessa hipótese, o partido de Dornelles não fecharia com nenhum dos lados.
Solteiro, o PP liberaria os seus diretórios regionais para fechar, nos Estados, as composições que lhes pareçam mais convenientes.
Contra a manobra petista, o DEM, em tese o dono da vaga de vice de Serra, já se dispôs a abrir mão do posto em favor de Dornelles.
Aproveitando-se da situação, um pedaço da bancada de deputados do PP avança sobre o Orçamento da Viúva.
Tentam arrancar verbas de emendas que, injetadas no Orçamento, foram represadas pelo governo.
O oportunismo da tribo pepê acomodou um criatório de pulgas sob as plumas do tucanto.
Os operadores de Serra ruminam o receio de que a turma do PP empurra a decisão com a barriga apenas para valorizar o passe.
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