terça-feira, 27 de abril de 2010
PSB retira a candidatura de Ciro da briga presidencial
Como previsto, o PSB passou na lâmina a candidatura presidencial de Ciro Gomes. Deu-se numa reunião da Executiva da legenda.
A guilhotina prevaleceu por 20 votos a 7. Ao lado da porta da sala de reuniões, um cartaz injetou ironia na cena.
Grudado na parede no final do ano passado, o cartaz anota: “Reunião exclusiva aos membros da Comissão Executiva Nacional: Agora é Ciro”.
Ausente, Ciro não assistiu ao encontro em que o PSB deu o seu cavalo-de-pau. Montado há meses, o cadafalso ganhara forma na semana passada.
Pressentindo que o pescoço lhe fugia à cabeça, Ciro acionou a língua. Pôs-se a alvejar os que o haviam levado à alça de mira.
Disse que Lula “viaja na maionese”. Insinuou que a superpopulariade subirea à cabeça do presidente.
Declarou que, sentindo-se “todo-poderoso”, Lula não tem à sua volta ninguém habilitado para apontar-lhe os erros.
Afirmou que o tucano José Serra é mais preparado para o exercício da presidência do que Dilma Rousseff.
Retirado da disputa à revelia, Ciro planeja um mergulho. Vai tirar licença da Câmara. Coisa de 30 dias. Planeja uma viagem ao estrangeiro.
Considerando-se o último Datafolha, Serra é, hoje, o principal herdeiro do espólio de votos de Ciro. Vai beliscar 4% dos votos.
Dilma, ainda segundo o Datafolha, aproveita 2%. Marina Silva, outros 2%. A distância entre Serra e Dilma sobe de dez pontos percentuais para 12.
Lula e o PT evitam jogar lenha na fogueira que o palanfrório de Ciro acendeu. Tratam-no como um aliado a ser reconquistado.
Virada a página do projeto Ciro, o PSB vai à mesa de negociações. Cobrará do PT benevolência nos acertos estaduais.
De resto, o partido de Ciro vai ao colo de Dilma. Adensará a megacoligação partidária que dá suporte à candidatura da preferida de Lula.
Ao imolar Ciro, o PSB tonificou o plano de Lula de converter 2010 num plebiscito –a era Lula versus o período FHC.
Prevelaceu o “Fla-Flu” de que falava Ciro. O eleitor brasileiro foi privado de uma alternativa
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