domingo, 18 de abril de 2010

Câmara de Brasília “elege” aliado de Roriz e Arruda para um mandato-tampão.



Por João Bosco Rabello

A Câmara Distrital de Brasília acaba de concluir a farsa montada para evitar a intervenção federal pedida pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal.
Rogério Rosso, ex-presidente da Codeplan no governo Arruda, é o eleito pelos deputados para administrar seus interesses no Executivo e manter as aparências na politica local.

Rosso só precisou de 13 votos de uma maioria absolutamente comprometida com todo o esquema de corrupção que levou à prisão e renúncia de Arruda, nessa ordem.

Sabe-se lá o que prometeu para vencer Wilson Lima, anteriormente escolhido pela mesma Câmara para presidí-la e, assim, chegar ao Buriti.

Ou sabe-se lá o que Lima deixou de fazer, ou fez mal feito, para ser apeado. Seja lá qual fôr a resposta, com certeza Rosso fará mais que ele pelos seus pares.

O que se sabe é que Rosso é da turma. Veio do governo Roriz e, na presidência da Codeplan, já com Arruda, era o responsável pelas parcerias público-privadas e pelas políticas do Entorno.

As parcerias público-privadas de Roriz e Arruda têm significado diverso do conceito que gerou o termo: se referem mesmo aos negócios milionários de empresas de deputados com o GDF.

O Entorno de Brasília é o conhecido cinturão de miséria onde os índices de criminalidade superam os da Baixada Fluminense.

Mas o STF decidiu ficar surdo aos apelos do Procurador-Geral que ontem, mais uma vez , pregava no deserto: não há legitimidade nessa eleição.

O Procurador Roberto Gurgel é refém da liturgia que o seu cargo impõe e , nesse contexto, escolhe cuidadosamente as palavras para condenar os rumos do processo do DF.

Ilegitimidade é pouco para o que se assistiu ontem. É um deboche a eleição indireta por uma Câmara onde a honestidade é a exceção ( que, numericamente, talvez não chegue a seis nomes).

A mesma Câmara que reabsorveu em seus quadros o deputado Geraldo Naves (foto), até dias atrás preso na penitenciária da Papuda por cumplicidade com Arruda no suborno a testemunhas da Justiça.

Pois todos eles, contra a vontade do MP e apoiados pela Justiça, puderam votar, apesar de investigados, inclusive Naves.

De costas para a gravidade do que se passa na Capital, o STF sequer votou o pedido de intervenção. Não disse sim e nem disse não. Lavou as mãos.

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