As manifestações do quase ex-futuro pré-candidato Ciro Gomes não produziriam mais danos eleitorais a Dilma Rousseff se o governo e a coordenação de campanha se entendessem.
Ciro desmoraliza a contundência e seu passionalismo é o principal fator de descrédito no que diz. Gira a metralhadora verbal contra o desafeto da hora e se isola a cada dia mais.
Porém, as reações à sua fala dificilmente medem a relação custo/benefício de um debate público com ele. Geralmente são reações também impulsivas.
O governo visivelmente se esforça para minimizar seus ataques e empenha-se em aparentar serenidade diante de sua virulência.
Nesse esforço, comete erros. Como, por exemplo, ao avisar ao distinto público eleitor que as agressões verbais de Ciro não serão alvo de retaliação.
Ou seja, elas não lhe custarão os cargos de que dispõe no governo Lula, entre os quais, o principal é a secretaria de Portos, com status de ministério.
Diz o líder do governo, Cândido Vaccarezza: “Não tem o mínimo cabimento a discussão de cargos. O presidente Lula não vai concordar em fazer ajustes dos cargos dos partidos. Nós respeitamos Ciro. O problema dele ser ou não ser candidato, é do PSB”.
Falso como uma nota de três reais. Primeiro, o governo não foi respeitado por Ciro – e nem o seu partido. E vice-versa.
Segundo, se os cargos são do partido, não cabe associá-los a um contexto de não retaliação, uma vez que o PSB manteve-se fiel ao presidente.
O que sobra dessa declaração politicamente dispensável de Vaccarezza é que o fisiologismo criticado por Ciro é a moeda de troca para silenciá-lo.
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