No mês de março do ano eleitoral de 2010, a prefeitura de João Pessoa inaugurou um projeto que, no gogó, faria da capital paraibana a primeira cidade do país voberta por internet gratuita. Decorridos dois anos, a conexão não existe e o negocio virou um mico de aparência superfaturada.
O caso foi esmiuçado em reportagem levada ao ar pelo programa Fantástico. Envolve um personagem que acaba de escalar a Esplanada: o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), recém-convertido por Dilma Rousseff em ministro das Cidades. Em João Pessoa, ele respondia pela Secretaria de Ciência e Tecnologia.
Nessa função, coube a Aguinaldo anunciar, do alto de um palanque, a boa nova tecnologica que faria de João Pessoa uma terra conectada. “Internet de graça pra toda galera de João Pessoa. Parabéns”, disse a uma multidão de jovens atraída por um show de rock.
A coisa custou R$ 6,2 milhões, dos quais R$ 4,7 milhões foram providos pelo governo federal. Hoje, além de não entregar a mercadoria prometida –internet gratis— o programa convive com suspeitas de superfaturamento.
Disfarçado de funcionário de uma prefeitura, um repórter fez contato com a empresa que instalou os equipamentos de João Pessoa. Simulou interesse em levar o mesmo serviço a outro município. Sem saber que estava sendo gravado, o representante da empresa falou abertamente em propina.
Contactado, o ministro Aguinaldo Ribeiro negou participação em qualquer tipo de malfeito. O prefeito de então, Ricardo Coutinho (PSB) é agora governador da Paraíba. Nos próximos dias, acompanha Dilma Rousseff em viagem à Índia. A presidente não vai precisar nem recorrer ao telefone para buscar explicações sobre o mau uso dos milhões federais. Basta olhar para o lado.
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