segunda-feira, 8 de junho de 2009

Editorial da semana.

Cidade sitiada

Ao se aproximar a temporada da verdade, a cidade de Manaus, em especial, é aquinhoada com uma série de boatos, cujos autores nunca são identificados. Em várias oportunidades a mídia tem aberto espaço para as coisas mais estapafúrdias, entre as quais podemos citar. A segurança pública de qualidade, ótimo desempenho no Enem, boa gestão pública da saúde. A realidade é bem diferente.

O prefeito Amazonino Mendes (PTB), administra a capital manauara, mesmo cassado, protegido por manobras ardilosas dos Executivos e o Judiciário. Abuso do poder político. Na Assembleia Legislativa do Amazonas, a confusão não é menor. O deputado estadual Wallace Souza (PP) é acusado de ser o chefe de um grupo de extermínio.

A Policia Civil e MPE, criaram uma “Força Tarefa”, prenderam o filho do deputado Raphael Souza, e o acusam de ser o gerente operacional do grupo de pistoleiros. O ex-deputado Edilson Gurgel (PRP), cassado por infidelidade partidária. O presidente da Aleam Belão Lins, em queda de braço com o presidente do TCE Raimundo Michiles. A necrosada da elite.

Investigação da “Força Tarefa”.

Os boatos sobre o acerto de contas de duas gangues, uma supostamente liderada por Raphael Souza e outra por Luiz Alberto Coelho “Bebeto da 14”, resolveram romper um acordo de boa vizinhança e disputar, os pontos de vendas de droga a bala. De acordo com “A Força Tarefa”, as investigações respingam na Aleam, acusada de corporativa.

Lamenta-se a falta de objetividade por parte dos responsáveis pela segurança diária da cidade. Houve tempo suficiente para se identificar e retirar de circulação, essa meia dúzia de maus cidadãos, cujo único comprometimento social é com o crime e a marginalidade. Tivesse sido concretizada uma operação objetiva, a população poderia exercer seus direitos e sua liberdade de ir e vir, o que na realidade não ocorreu, pois ficamos encarcerados em nossas casas, verificando, mais uma vez, a vitória dos maus cidadãos. Salvo erro de memória, foi Montesquieu quem colocou em uma de suas obras, que a delinqüência prospera em um governo fraco, e se retira de cena em um governo forte.

O que temos hoje em matéria de governo, na área de segurança pública, comprova as palavras do fundador da ciência política, na visão de Augusto Comte. Some-se, mais o descrédito que vai se acumulando contra as autoridades eleitas e constituídas, que procuram amenizar as situações utilizando-se de eufemismos tipo : não existem gangues, mas sim, grupos de delinqüentes.Torna-se urgente e necessário que se adotem posturas mais democráticas, evitando-se esse privilégio hoje desfrutado pelos marginais. Torna-se urgente e necessária também, uma revisão do Regimento Interno das Casas Legislativas, no sentido de, no primeiro, criarem-se penas mais severas para os que resolvem desacatar a lei e, no segundo, separar o joio do trigo.

Os cidadãos de bem, honrados, cumpridores de suas obrigações sociais, ficaram encarcerados em suas casas, para que, meias dúzias de aprendizes do crime organizado pudessem acertar, suas diferenças como nos velhos filmes de faroeste.

Relação promiscuía.

Na Câmara Municipal de Manaus, a situação é complexa, tiveram dois vereadores cassado, Irailton Sena, Jander Tabosa, vários parlamentares, na massa de mira, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O vereador presidente Luiz Alberto Carijó (PTB), é acusado pelo MPE-AM de improbidade administrativa (dezesseis processos). O MPE-AM recomenda a suspensão dos seus direitos políticos, cassação de mandato, devolução do dinheiro ao erário público. É vergonhoso lê no Diário Oficial do Município (DOM), nomeações graciosas.
José Garcia – Jornalista, Observador da Política Cabocla.

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