quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Familiares e representantes dos policiais civis pedem justiça para assassinato de investigador

Com o objetivo de pedir justiça para o assassinato do investigador de polícia Railen Gomes, assassinado no último dia dois de dezembro, pelo empresário Leandro Guerreiro, familiares e representantes de sindicatos ligados aos policiais civis visitaram, nesta quarta-feira, a sede da Assembléia Legislativa do Estado.

Eles foram recebidos pelo vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, deputado estadual Luiz Castro (PPS), que informou que já está encaminhando um documento para o Ministério Público Estadual, pedindo garantias para que o crime seja investigado de forma isenta.

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais do Amazonas (SINPOL), Ricardo Brasil; o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), James Figueiredo; a viúva do policial assassinado, Maria do Socorro Gomes; a mãe da vítima, Nazaré Gomes; e cinco irmãos do investigador também participaram da reunião.

A viúva do policial assassinado, Maria do Socorro Gomes, testemunha ocular do crime, destacou que também foi ameaçada de morte pelo empresário Leandro Guerreiro. “O empresário colocou a arma na minha cabeça e ameaçou atirar.

Eu só peço justiça pela morte do meu marido, que foi assassinado covardemente”, desabafou. Ela também disse que, durante todo o momento, o marido se identificou como policial civil. “Não havia motivos para atirarem, já que meu marido sequer estava armado”, ressaltou.


“Nós estamos bastante preocupados com a família e com a tentativa de encobrir um crime que deve ser apurado com o mais alto o rigor”, declarou Castro, que, para tratar do assunto, participa, amanhã, às 12 horas, de uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Domingos Chalub. “Vamos pedir que a Justiça do Amazonas prevaleça, apesar de todas as influências externas”, observou.

O vice-residente da CTB, James Figueiredo, informou que uma mobilização, pedindo justiça para o crime, está marcada para acontecer nesta quinta-feira, a partir das nove horas, em frente ao Tribunal de Justiça do Amazonas.

“Nós vamos reunir várias pessoas e segmentos que estão revoltados com a forma com que o crime está sendo conduzido”, frisou. O Sindicato dos Rodoviários; a Central Única dos Trabalhadores, a CTB; o Sindicato dos Vigilantes; o Sindicato dos Agentes de Trânsito, a Comissão de Direitos Humanos da OAB; a Igreja Evangélica Ministério da Restauração; e o Fórum Estudantil da Zona Leste já confirmaram presença no movimento.

Para o vice-presidente do SINPOL, Ricardo Brasil, é preciso descobrir até que ponto a Polícia Militar está envolvida no crime – já que policiais militares prestaram proteção ao autor do disparo contra o policial civil, impedindo, inclusive, que ele fosse preso em flagrante.

“No momento em que se apresentou à polícia, o empresário também estava escoltado por vários policiais militares. Pra que tantos policiais militares para proteger o assassino de um policial civil?”, questionou.


O Crime

O investigador Raylen Gomes, 30, lotado no 12º Distrito Integrado de Polícia (DIP), foi assassinado, com um tiro no rosto, no último dia dois de dezembro, pelo empresário Leandro Nascimento Guerreiro, dono da loja de produtos de informática World Micro Computadores. O crime ocorreu dentro da loja do empresário, localizada na Avenida Boulevard Álvaro Maia, Praça 14, zona centro-sul de Manaus.


O crime ocorreu depois de uma discussão do investigador com o segurança do estabelecimento comercial. De acordo com testemunhas, a vítima estacionou seu carro, um Palio Weekend, cor prata, placas JXH 0873, em frente à loja de informática, seguindo a orientação de um flanelinha.

“Quando nós saímos do carro, o flanelinha começou a discutir com o funcionário da empresa, que sacou uma arma. Foi quando Railen informou que era policial e que o segurança não poderia ter sacado uma arma em público, pois haviam pessoas transitando pelo local”, declarou a viúva do policial.


Maria do Socorro disse também que o marido entrou na loja desarmado, se identificou como policial e pediu para falar com o superior do segurança. “Nós fomos encaminhados para a última sala do estabelecimento e falamos com o gerente da loja, de nome Isaac.

Foi tudo muito rápido, assim que o gerente saiu da sala, vi quando o assassino se levantou e deu uma olhada. Quando o Railen deu o primeiro passo, eu ouvi o barulho de um tiro, mas pensei que não havia acertado o meu marido. Depois disso, só senti aquele homem em cima de mim, com uma luva branca, apontando uma arma para a minha cabeça”, revelou a viúva do investigador policial.

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