A Polícia Federal desmontou a versão de que os R$ 50 mil recebidos pelo governador José Roberto Arruda, conforme o vídeo feito pelo seu ex-secretário Durval Barbosa, seriam destinados à compra de panetones.
A PF apurou que há menos de um mês o empresário Roberto Cortopassi Júnior, um dos donos da empresa da WRJ Engenharia, conversou com o lobista Renato Malcotti – que seria um dos principais operadores financeiros do governador – num café no Shopping Liberty Mall. Cortopassi mostrou em seu laptop a Malcotti um trecho do vídeo de Arruda recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa.
O encontro resultou em uma chantagem: se Arruda não determinasse ao Banco de Brasília a suspensão da cobrança de uma dívida da empresa, ele iria divulgar o vídeo. A partir daí foi construída a versão do uso do dinheiro na compra de panetones, segundo apurou a PF.
Há cerca de dez dias, Durval Barbosa foi chamado à residência oficial do governador, em Águas Claras, onde Arruda lhe teria pedido para assinar recibos sem datas que justificariam os gastos com os panetones.
Na ocasião, Durval indagou: “E como eu vou explicar a origem do dinheiro?” Um dos assessores de Arruda apontou uma saída: “Diz que foi uma vaquinha entre amigos”. Mas Durval, que já fizera acordo de delação premiada com a PF, assinou os recibos com uma caneta especial fornecida pelos investigadores, segundo revelou o site da revista Época.
De posse de cópias dos recibos, Durval entregou os papéis à PF, cujo Instituto de Criminalística atestou serem as assinaturas recentes.
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