Apenas três parlamentares do DEM defenderam abertamente a expulsão sumária do ainda governador do DS José Roberto Arruda: José Agripino Maia (RN), Demóstenes Torres e o deputado Ronaldo Caiado (GO).
Do outro lado da trincheira estavam o deputado Alberto Fraga e o senador Osório Adriano (DF), que defenderam também abertamente Arruda. Todos os demais membros da Executiva adotaram uma posição de "cautela", coincidente com a do deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente da legenda.
Com o isolamento das duas alas, prevaleceu a posição previamente conhecida de Rodrigo Maia e ACM Neto, amigos pessoais de Arruda que defenderam a abertura de processo e apresentação de defesa em oito dias.
"Foi a reunião mais constrangedora da minha vida", disse um dos parlamentares insatisfeitos. Essa fonte diz que Rodrigo Maia permaneceu o tempo todo silencioso. "Ele estava muito determinado, sabia exatamente onde iria chegar". Ao final , o presidente do DEM chamou para si a decisão, monocrática, de abrir o processo e dar uma sobrevida de uma semana e meia ao ainda governador do DF.
Ninguém consegue prever o placar do julgamento pela Executiva nacional do DEM, que foi marcado para o próximo dia 10. "Na bancada do Senado tivemos 7 votos a favor da expulsão e três contra", lembra José Agripino.
A linha de defesa de Arruda, no entanto, é considerada desconexa e sem sentido de realidade. "Ele se limita a falar que foi um ótimo governador até a semana passada", conta outro participante da reunião desta segunda-feira. "Alega que era um ícone do partido até anteontem. Não percebeu que a realidade do dia de hoje é completamente diferente".
A decisão de Rodrigo Maia desagradou profundamente os três caciques democratas que defendiam a expulsão. Demóstenes Torres disse que a saída encontrada pelo presidente nacional do partido não tem amparo no regimento.
Para Ronaldo Caiado, "ninguém sabe o que mais vai aparecer nos próximos dias. E nós vamos ficar apanhando".
José Agripino acha que o partido não deve carregar o ônus dos erros de Arruda. "Nós defendemos nossa posição até o último instante. Infelizmente fomos vozes vencidas", diz o senador potiguar.
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