Fonte: www.blogdohiellevy.com.br
Arquivamento da representação do senador Eduardo Braga, que visava forçar a Águas do Amazonas a cumprir o acordo firmado com a Prefeitura em 2007 e a comprar a água que será fornecida pela nova estação de captacão do Puraquequara, pode abrir caminho para que o prefeito Amazonino Mendes anuncie, nos próximos dias, o fechamento de um acordo com a empresa Águas do Brasil, que passaria a ser a nova concessionária do serviço de abastecimento d'água em Manaus.
Como este blog já anunciou há duas semanas, Amazonino atavessou uma negociação do Governo do Estado com a empresa Odebretch, que pretendia comprar a água fornecida pela nova estação e investir mais R$ 500 milhões para fornecer o produto a quem realmente precisa em Manaus, e ofereceu a concessão a outro grupo, do qual faz parte a Queiroz Galvão e a Construtora Carioca. Este último opera em pequenas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sob a bandeira Águas do Brasil. O acordo não garantiria a solução do problema da falta d'água, já que seria anunciada uma nova operação com investimentos de longo prazo, mas seria fundamental para o caixa da campanha de reeleição do prefeito. Além disso, os interesses dos atuais controladores da Águas do Amazonas seriam preservados.
Braga tentou impedir mais este prejuizo à população com sua representação. Nela, pedia que fossem respeitados os termos do acordo firmado entre a Águas do Amazonas e a Prefeitura em 2007, quando da repactuação patrocinada pelo então prefeito Serafim Corrêa, assim como sugeria que a concessionária comprasse a água fornecida pela nova estação, construída dentro do Programa de Águas do Amazonas - o Proama. Como isso implicaria em investimentos imediatos, a Águas do Brasil recuou do negócio com Amazonino.
Ontem, o MP anunciou o arquivamento da representação do senador. Com isso, o prefeito pode retomar o acordo e anunciá-lo como grande novidade nos próximos dias. Com isso, além de viabilizar a própria campanha, Amazonino não teria que arcar com o ônus político de reconhecer que a solução para o abastecimento em Manaus foi o Proama, construido pelo desafeto Braga.
É estranhíssima a postura do MP. Especula-se desde ontem que o arquivamento foi o troco do procurador geral, Francisco Cruz (foto acima), ao senador, por te-lo preterido em duas ocasiões quando era governador, escolhendo outros integrantes das listas escolhidas por promotores e procuradores para ocupar o cargo máximo da instituição. Pessoalmente, não acredito que um homem culto e articulado como Cruz seja capaz disso.
Os argumentos do MP para o arquivamento - colocou-se contra a privatização da Cosama e já apresentou outras ações contra a Águas do Amazonas, que aguardam julgamento no Tribunal de Justiça - são muito frágeis, por que não dizer ridiculos, diante da nova realidade. Existe um fato novo, que é o Proama, ancorando toda essa discussão. Os promotores e procuradores do Grupo de Trabalho simplesmente viraram as costas para o povo, ignoraram a situação e em prazo curtíssimo anunciaram o fim da representação.
Custo a acreditar que existam promotores e procuradores pactuados com Amazonino Mendes nesse escabrosíssimo negócio.
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