quarta-feira, 26 de junho de 2013

Livro sobre o “boi excluído” de Parintins será lançado na sexta-feira

Em 47 edições do Festival Folclórico de Município de Parintins/AM, no Baixo Amazonas, a leste do Estado, o boi-bumbá Garantido venceu 28 vezes, o Caprichoso 19, houve um empate entre agremiações e em um ano não teve a disputa. No empate, que ocorreu em 2000, os dois bumbás foram proclamados campeões.

Mas e se o boi-bumbá Campineiro, o terceiro boi de Parintins – que participou apenas nos anos de 1978 e 1983 do festival e que pouquíssima gente conhece –, estivesse concorrendo nesse concurso de bumbás até hoje: a cidade comportaria três fanáticas torcidas? O atual sistema de apresentação dos bois, na arena, seria modificado? Os patrocínios seriam repartidos da mesma forma?

São perguntas intrigantes, as quais só puderam ser respondidas a partir de um trabalho de levantamento da história desse terceiro boi, que até hoje não é reconhecido por brincantes e organizadores dos bumbás vermelho e azul de Parintins, que comemoram este ano seu centenário de modo grandioso, mas excluindo seu co-parceiro de folguedo, o Campineiro.

Contextualizações acerca desse terceiro boi estão contidas no livro "Boi Campineiro: a história do Festival de Parintins que não foi contada", de autoria do jornalista Jonas Santos e organizado pelo professor e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Renan Albuquerque.

O lançamento da obra, editada pelo governo do Estado do Amazonas, acontece sexta-feira (28), 10h, na sala da Secretaria de Estado da Cultura (SEC), no bumbódromo, em Parintins. A edição será distribuída gratuitamente para bibliotecas e centros de pesquisa de universidades e instituições de ensino.

O livro busca apresentar, por meio de pesquisa etnográfica, nuances acerca do processo de exclusão do bumbá verde e amarelo do Aninga, zona rural da Ilha Tupinambarana. Um processo que completa exatos 30 anos nesta data centenária para os bois vermelho e azul. São três décadas sem qualquer menção ao boi Campineiro, que tem mais de 90 anos de existência.

“Ninguém jamais havia pesquisado sobre a história do boi Campineiro e muito menos feito a descrição em um formato de grande reportagem, acessível ao grande público, e ainda mais em um livro contendo também o relatório técnico-científico da obra, explicando o estudo e as argumentações acadêmicas utilizadas”, ressaltou Jonas Santos.

O autor destacou que a pesquisa de campo durou um ano e meio, desde a concepção do projeto até a defesa pública na Ufam. Os professores Soriany Neves e Adelson Fernando, do colegiado de Comunicação Social da Ufam/polo Parintins, fizeram a arguição e avaliação do estudo, indicando sugestões de melhoria ao livro.

“Com a investigação, esperamos elucidar um importante capítulo da história dos folguedos populares de Parintins e desmistificar totalmente a ideia de que apenas Garantido e Caprichoso existiram ao longo dos tempos. O Campineiro também ajudou a concretizar a história dos bois na ilha”, esclareceu Jonas Santos.

O que: lançamento de livro;
Quem: Jonas Santos (autor), Renan Albuquerque (organizador);
Quando e onde: Sexta-feira, 10h, na sala da SEC no Bumbódromo/Parintins.
Obra com distribuição gratuita.

(Autor)
Jonas Santos é jornalista (Ufam) e radialista, especialista em comunicação eleitoral e marketing político (UGF) e pós-graduando em gestão pública (Faibra). Trabalha no jornalismo amazonense há 13 anos e desde 1988 faz a cobertura jornalística do boi-bumbá parintinense. Mora na Baixa do São José/Parintins.

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