Em discurso na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Hissa Abrahão prometeu processar o deputado estadual Luis Castro por calúnia e difamação em virtude das diversas acusações que o deputado tem feito contra o vereador. Os dois disputam a pré-candidatura a Prefeitura de Manaus pelo Partido Popular Socialista (PPS). Segundo Hissa, Castro tem denegrindo a imagem dele com informações negativas e o acusou de não está presente na última reunião da Executiva Nacional do partido que ocorreu no último final de semana, em Brasília.
“A única vez que me ausentei do encontro foi o momento que fui à PGR (Procuradoria Geral da República) para cobrar celeridade da representação que protocolei contra a MP (Medida Provisória) que prejudica a Zona Franca de Manaus. Diga-se de passagem, o nobre deputado não fez nada contra essa medida, nada de concreto pelas pessoas que votaram nele”, declarou o vereador.
O parlamentar continuou dizendo que não vai abrir mão de ser pré-candidato a prefeito de Manaus por entender que não tem a política como profissão e sim como ideologia. “Estou disposto a abrir mão de um mandato quase certo na Câmara Municipal de Manaus para lutar pelos sonhos que tenho para a cidade e não vou abrir mão disso. Eu faço política por ideal. Eu estou largando a chance de me reeleger para exatamente levar um novo projeto de desenvolvimento econômico, político, social e ecológico para Manaus”, observou.
Na ocasião, Hissa lembrou que entre alguns políticos o caso é diferente. “É muito fácil ser candidato tendo um mandato (Luis Castro tem mandato até 2014, como deputado estadual) ou vir ser candidato e deixar a mulher como suplente. Não sou do tipo de vereador que só quer se reeleger, se reeleger, se reeleger, mantendo os privilégios sem nenhuma resposta concreta para a sociedade ”, afirmou.
Argumentando ser vítima de uma perseguição política, Hissa prometeu recorrer à Justiça caso o deputado estadual insista com tal procedimento. “Hoje se comenta na cidade, nosso bom desempenho nas pesquisas eleitorais. Se isso vai dar certo ou se isso vai dar errado, não sabemos. Mas por que tanta perseguição? Ele (Luis Castro) quer denegrir a imagem de alguém que semeou boas idéias. Eu exijo respeito desse senhor sob a pena de interpelá-lo judicialmente. Ele expulsou o ex-deputado Lino Chíxaro do PPS e agora quer me expulsar por acreditar nos meus sonhos. Não vou aceitar isso. Chega de perseguição”, declarou.
Prefeitura de Envira
Hissa também lembrou o resultado administrativo que o deputado Luis Castro teve à frente da Prefeitura de Envira no período de 1993 a 1996, no segundo mandato do parlamentar. “Esse homem é um perigo como pré-candidato a prefeito de Manaus. Dados do IBGE mostraram que dentro desse período a renda per capita média do município diminuiu 14,81%, passando de R$ 51,32 em 1991 para R$ 43,72 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) cresceu 1,93%, passando de 81,8% em 1991 para 83,4% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini (que mede o problema) passou de 0,51 em 1991 para 0,70 em 2000. Ele não conseguiu nem acabar com as formigas de Envira”, argumentou.
Ele completou afirmando que Luis Castro no primeiro mandato como prefeito de Envira, na década de 1980, assumiu o cargo aos 23 anos. “E agora esse senhor me acusa de ser inexperiente para a Prefeitura de Manaus. Deixemos a hipocrisia de lado”, observou.
Braga e Amazonino
O vereador recordou ainda do período em que Luis Castro foi da bancada do prefeito Amazonino Mendes na Assembléia Legislativa do Estado na década de 1990 e secretário de Produção Rural do ex-governador Eduardo Braga em 2003 e 2004. “É importante lembrar que esse senhor que acusa as administrações anteriores também foi da bancada de Amazonino Mendes e secretário de Produção do Sr. Eduardo Braga. Ele saiu do cargo porque não conseguiu resolver os problemas do setor primário do Estado. Como deputado deve ser bom, mas como gestor é um incompetente”, disse.
Partido
No PPS, Hissa lembrou que Luis Castro aprendeu grande parte do que conhece hoje na política. “Nos primeiros mandatos do PPS, o Sr. Luis Castro nem sabia falar. Aprendeu depois que foi para o PPS. Na sigla, ele aprendeu a discursar, a debater, fez curso de oratória, mas, contudo tem medo de criticar e come abiu na Assembléia Legislativa do Estado (ALE) diante aos principais problemas relacionados ao Estado”, disse.
O apoio que o Partido Popular Socialista deu nas últimas duas eleições a Luis Castro também foi citado pelo vereador. “O partido ajudo ele a se eleger em 2006 e depois em 2010. Lembro que o presidente do PPS Guto Rodrigues pediu ao ex-senador Arthur Neto (PSDB) para que a Michele Garcia (primeira-dama do município de Parintins) não se candidatasse a deputada estadual para não prejudicar esse senhor e ex-senador aceitou”, completou.
Ausência
“O Sr. Luis Castro veio me cobrar presença na reunião da Executiva Nacional do PPS, mas não estado presente nos encontros estaduais da sigla. Ele não esteve na reunião da Executiva em 2010, não estava na festa de recepção aos novos filiados do partido e também no próprio aniversário do PPS e mais recentemente ficou ausente da reunião promovida pelo partido aos sindicalistas do Estado em abril deste ano. Então, não me venha ele falar de ausência nobre deputado”, concluiu o vereador.
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