sábado, 22 de junho de 2013

Portos da Amazônia não tem qualidade para tráfego

MANAUS - A maioria dos terminais de passageiros de transporte fluvial da Amazônia apresenta um padrão baixo de atendimento aos usuários, segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). De acordo com a Agência, 81% das instalações na região amazônica apresentam um nível baixo de atendimento, enquanto 15% têm um padrão médio e apenas 4% dos terminais conseguem atender os passageiros em um padrão elevado de serviços.
Para obter a classificação, a Antaq analisou variáveis como a adequação da infraestrutura dos terminais portuários e seus acessos, quantidade de funcionários disponíveis nos locais e os serviços oferecidos aos passageiros. No levantamento, foram contabilizados desde o número de banheiros e telefones públicos até a existência de postos de polícia e de posto de saúde. Como a navegação de passageiros na região ocorre basicamente ao longo do rio Amazonas e seus afluentes, os resultados também foram divididos com relação aos terminais dos estados do Amazonas e do Amapá, além do Pará e sua capital, Belém.

A pior situação ocorre no Amapá, onde todos os 11 terminais avaliados pela Antaq registraram baixo padrão de atendimento. Já no Amazonas, das 30 instalações avaliadas pela agência reguladora, apenas uma apresentou nível elevado de atendimento e três delas registraram um padrão médio. Os outros 26 terminais do Estado tiveram nota baixa.
No Pará, nenhum dos 35 terminais avaliados apresentou nível elevado de atendimento, mas quatro deles conseguiram uma nota média da Antaq. As outras 31 instalações apresentaram um padrão baixo de serviços prestados. Em Belém, dos 29 terminais avaliados, três apresentaram padrão elevado, nove registraram padrão médio e os demais 17 tiveram notas baixas da agência reguladora.
Atendimento
O relatório da Antaq que mostra o baixo padrão de atendimento aos passageiros das vias fluviais na Amazônica defende a concessão de subsídios e subvenções estaduais para o modal de transporte, sem os quais “é impossível qualquer empresário suportar os investimentos em tecnologias mais modernas entre centros populacionais de baixa aglomeração e baixa renda”.
Segundo o documento, além do baixo nível de atendimento aos passageiros nos terminais, as embarcações que realizam esse transporte apresentam recorrentes problemas de falta de conforto, higiene e segurança. Além disso, os barcos possuem idade avançada e navegam com tecnologias ultrapassadas. De acordo com o levantamento, 63,5% das 446 embarcações cadastradas na região amazônica são feitas de madeira, seguidas de 22% fabricadas de aço e 10,1% de alumínio.
Segundo a Antaq, 16,6% desses barcos têm mais de 20 anos, 21,2% têm de 11 a 20 anos, 29,9% têm registros de cinco a 10 anos e os outros 32,3% têm até quatro anos de navegação. “No entanto, observa-se regularmente que após reformas e adequações as mesmas geralmente obtêm nova idade”, como estabelece o relatório.
Transporte
Com 80% das vias fluviais navegadas do País, a região amazônica tinha média anual de transporte de 13,6 milhões de passageiros em 2012, que caiu para  média de 8,9 milhões de pessoas com a construção da ponte rodoviária sobre o Rio Negro, que desativou as linhas Manaus – Cacau Pereira e Manaus – Iranduba. Para 2022, a Antaq projeta crescimento de 12% na demanda, passando para 9,9 milhões de passageiros ao ano.
Já a movimentação de cargas na região amazônica chegou a média de 4,5 milhões de toneladas em 2012. Com um aumento estimado de 13% na demanda na próxima década, a Antaq prevê a movimentação média de 5,1 milhões de toneladas em 2022. Os dados referem-se apenas às 133 linhas regulares de transporte fluvial de carga (três exclusivas e 130 mistas). De acordo com o órgão regulador, a quantidade de carga transportada na região é maior se consideradas as linhas informais e eventuais, além dos barcos de pequeno porte que transportam produção regional.

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