O presidente da Câmara Municipal de Manaus, Isaac Tayah (PTB), recebeu na manhã desta quinta-feira, 24, um grupo de representantes dos movimentos estudantil e pela moradia, que procuraram a Casa para entregar um documento onde declaram repúdio às declarações do prefeito da cidade à moradora da comunidade Santa Marta, Laudenice Paiva, e solicitam um posicionamento oficial da instituição sobre o episódio que ganhou repercussão nacional por meio da imprensa e das redes de relacionamento da Internet. Estiveram presentes no encontro os vereadores Cida Gurgel(PRP), Joaquim Lucena(PSB), Lucia Antony(PC do B) e Marcel Alexandre (PMDB). Além da preocupação com a imagem da cidade, que até então era conhecida pela cordialidade de seus habitantes, os representantes do movimento social também lembraram o problema social existente na periferia e a falta de planejamento para resolver o déficit habitacional no município. “Vivenciamos um episódio lamentável que deixou toda a população indignada e isso acontece quando passamos por um período ímpar que é a realização da Copa do Mundo em nossa cidade. Temos o problema social que atinge as pessoas que moram em área de risco e o fato de ela ser uma mulher”, disse a presidente da união estadual dos estudantes do amazonas, Maria das Neves.
No documento entregue ao presidente da CMM, o grupo informa se basear no artigo 81 da Lei Orgânica do Município (Loman) que diz que o prefeito será processado e julgado pela Câmara Municipal se proceder de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo. Cida Gurgel disse que se sente envergonhada com a atitude do prefeito e que está solidária aos paraenses. “Fiz questão de demonstrar minha indignação na tribuna e de lembrar que os paraenses muito contribuem para a economia e desenvolvimento de nossa cidade” destacou. Para Lúcia Antony, a cidade precisa de uma política habitacional eficaz. Ela também lamentou a repercussão do ocorrido na comunidade Santa Marta. “Aquela foi uma fala preconceituosa e não podemos permitir que o Brasil volte a viver o preconceito entre regiões. Também não podemos deixar que o preconceito destrua a vida de quem já é vítima do descaso”. Marcel Alexandre disse que a atitude do prefeito é um exemplo negativo e que ele deve se retratar “o quanto antes”. “Viramos sinônimo de preconceito e isso é muito grave”. Joaquim Lucena, por sua vez, disse que amanhã, às 11 h, dará entrada no requerimento que pede o impeachment de Amazonino Mendes. “O chefe do executivo não tem o direito de tratar um cidadão dessa maneira”, declarou. O presidente de CMM, Isaac Tayah (PTB), encaminhou o documento recebido nesta quinta à Procuradoria da Casa e informou, que na próxima segunda-feira colocará em votação todas as moções e requerimentos, relativas ao caso, apresentadas pelos vereadores. Tayah disse ainda que, independente da decisão tomada pelo plenário da Casa, a Mesa Diretora da Casa publicará uma nota oficial sobre o assunto.
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