Na avaliação de parlamentares da oposição, nova suspeita revelada por VEJA já torna impossível a permanência do ministro no comando da Casa Civil
Oposicionistas ouvidos pelo site de VEJA neste sábado acreditam que, a partir de agora, o simples afastamento temporário do ministro Antonio Palocci já não é mais suficiente. Isso porque a situação do petista se complicou ainda mais com outra revelação sobre a conduta altamente suspeita do ministro. De acordo com reportagem publicada na edição de VEJA desta semana, o apartamento luxuoso que o ministro usa em São Paulo pertence a um laranja. Na avaliação de representantes de PSDB, DEM e PPS, o braço-direito da presidente Dilma Rousseff deve deixar o governo em definitivo - caso contrário, opinam eles, a crise envolvendo Palocci atingirá o Planalto em cheio.
Na opinião do presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN), a situação exige uma atitude da presidente Dilma Rousseff: "Depois dessa, ou a Dilma exige explicações cabais do ministro sobre o caso todo à opinião pública, ou assume como sendo do governo a crise do Palocci". Para o deputado Ronaldo Caiado (GO), vice-líder do DEM na Câmara, a revelação sepulta a história política do petista: "Em relação à trajetória dele, isso é a pá de cal. Hoje o Palocci, com essa história que a VEJA levantou, já é um cadáver insepulto. Isso é gravíssimo. Mostra que ele não tem a menor compostura em saber respeitar o dinheiro público e se preservar como homem público. O resto já ficou sendo quase acessório, porque o atestado de óbito já está dado", declarou.
A deputado federal e presidente do PPS Roberto Freire cobra à demissão imediata do ministro e diz que, depois de todos os escândalos, o petista nada aprendeu: “O Palocci é incorrigível. É impressionante. E ele ainda aparece na televisão para dizer que é um homem sério, não tem nenhuma vergonha. A Dilma, se não o exonerar, é conivente”, afirma. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) também acredita que a nova suspeita enfraquece ainda mais a situação de um ministro que, para ela, já deveria ter deixado o cargo. “É mais um capítulo gravíssimo dessa história. Além de todos esses fatos, ainda pairam no ar acontecimentos passados, como o caso do caseiro Francenildo e as irregularidades na prefeitura de Ribeirão Preto. A situação dele já estava insustentável até antes”, avalia.
Laranja - A edição de VEJA desta semana revela que o apartamento em que o ministro mora na capital paulista pertence a uma empresa fantasma, registrada em nome de um laranja que recebe 700 reais por mês. O apartamento foi repassado à companhia por Gesmo Siqueira dos Santos, que responde a 35 processos na Justiça. Dayvini Costa Nunes, sobrinho de Gesmo, admitiu ser um laranja. Ele vive em na periferia de Mauá, no ABC paulista, e recebe cerca de 700 reais por mês. Ele primeiro negou ser dono do imóvel, depois voltou atrás: "Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja", disse ele à reportagem de VEJA.
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