segunda-feira, 20 de julho de 2009

Investigação da PF sobre negócios do filho ameaça José Sarney


Andrei Meireles e Ricardo Mendonça - Dos três filhos do presidente do Congresso, José Sarney, (PMDB-AP), o empresário Fernando José Macieira Sarney sempre foi o mais avesso à exposição pública.

Enquanto os dois irmãos mais novos - a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e o ex-ministro e deputado federal Zequinha Sarney (PV-MA) - seguiram os passos do pai e enveredaram pela política, Fernando Sarney dedicou-se a cuidar dos negócios da família.

Ao lado da mulher, Teresa Murad Sarney, Fernando administra as empresas de comunicação da família no Maranhão, que incluem um jornal, uma televisão (Mirante, retransmissora da Rede Globo) e cinco emissoras de rádio.

A atividade que mais aproxima Fernando Sarney da política é ligada ao futebol, esporte no qual é considerado um exímio atacante. Ele é um dos vice-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol.

Na semana passada, Fernando Sarney saiu das sombras, foi exposto aos holofotes e acrescentou mais um problema à seqüência de denúncias e escândalos que, desde a eleição das Mesas Diretoras do Congresso, em fevereiro, abalam a permanência do pai na presidência do Senado.

Na última quarta-feira, ele foi interrogado durante seis horas na Superintendência da Polícia Federal no Maranhão. Ao final do interrogatório, feito pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, Fernando Sarney foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e gestão irregular de instituição financeira. O indiciamento de Fernando Sarney se deve à Operação Boi Barrica, uma investigação aberta pela Polícia Federal em fevereiro de 2007 a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda.

O Coaf detectou movimentações atípicas nas contas bancárias de Fernando e sua mulher, Teresa - como saques em espécie de R$ 2 milhões -, às vésperas das eleições de 2006 (tema da reportagem "Curto-circuito no ministério", publicada por Época em 11 de janeiro de 2008). Naquele ano, Roseana Sarney disputou e perdeu as eleições para o governo do Maranhão. Só tomou posse no cargo neste ano depois da cassação do adversário Jackson Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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