sexta-feira, 31 de julho de 2009
Sepror vai construir fábricas para produzir o “Bacalhau da Amazônia”
Bacalhau por até R$ 30 o quilo para a população de Manaus. É o que promete a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) com a construção das duas indústrias de salga de pirarucu manejado nos municípios de Maraã e Fonte Boa. As unidades serão as primeiras da América do Sul e prometem gerar 5 mil postos de trabalho diretos e indiretos no interior.
A assinatura das Ordens de Serviço para a construção das indústrias aconteceu hoje (30), no auditório da Assembléia Legislativa do Amazonas, Elizabeth Azize. O documento que autoriza o início da construção das fábricas foi assinado pelo titular da Sepror, deputado Eron Bezerra e pelo governador em exercício, Omar Aziz.
Além de gerar emprego e renda para os moradores daquela região, as unidades tornarão o preço do “bacalhau” mais baixo, na medida em que o pirarucu é vendido a R$ 3,50 o quilo nos municípios. Depois de processado e beneficiado, o pirarucu será transformado em bacalhau – que, atualmente, é comercializado em Manaus por até R$ 60 o quilo.
O investimento total nas duas fábricas será de cerca de R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões com recursos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), em Fonte Boa, e de R$ 1,047 milhão com verba da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia, no município de Maraã. Nestes dois municípios do Médio Amazonas, está localizada parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, uma das oito áreas no Estado onde é permitida a pesca do pirarucu.
Para o governador em exercício, Omar Aziz, este foi um dia histórico para a economia do Amazonas. “Daqui a vinte anos, mesmo que eu nem esteja mais vivo, essas fábricas continuarão gerando emprego e renda para o homem do interior”, disse o governador. “Essa é a verdadeira Zona Franca Verde: dar certeza ao pescador e piscicultor amazonense que levar o seu produto às portas dessas fábricas, que o pescado será comprado e que ele receberá um valor digno pelo seu trabalho”, afirma.
As fábricas serão as primeiras na América Latina destinadas à produção do “Bacalhau da Amazônia”, produto gerado por meio do beneficiamento do pirarucu oriundo de áreas manejadas. Cada unidade terá a capacidade de processamento de dez toneladas diárias. Desse total, 60% do pirarucu será transformado em filé, dos quais 65% serão aproveitados pelo processo de salga.
Com as sobras do peixe, uma estrutura que empregará mais de 20 pessoas, será montada anexas a cada fábrica, para que o animal seja aproveitado integralmente. O fígado e o coração serão transformados em patê; as escamas serão destinadas ao artesanato e a cabeça será transformada na ensilada – um composto de alto valor protéico utilizado na produção de ração animal.
A unidade também estará apta a trabalhar com outros peixes, como o aracu e o curimatã. E também irá gerar a contratação de 150 funcionários, que atuarão em três turnos de revezamento de oito horas por dia.
Segundo o secretário de Estado da Produção Rural, deputado Eron Bezerra, o faturamento anual com a venda do pescado beneficiado será de aproximadamente R$ 70 milhões. “Se somarmos os orçamentos de Fonte Boa e Maraã não chegamos nem a R$ 30 milhões. É por aí que sabemos o que isso representa na economia do Estado”, compara.
“Nossa expectativa é de que possamos inaugurar ambas as fábricas em novembro. Isso quer dizer que neste natal, o povo do Amazonas já poderá comemorar as festas de fim de ano comendo o bacalhau da Amazônia”, conclui o secretário.
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