segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A casa caiu no Detran em operação dentro do próprio departamento

Manaus - O Departamento Estadual de Trânsito no Amazonas (Detran-AM) descobriu um esquema de fraude na emissão de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que funcionava dentro do órgão. Segundo o diretor-presidente Leonel Feitoza, todos os documentos emitidos a partir de fevereiro de 2011 passarão por “pente-fino”.
Segundo o diretor-presidente, os criminosos invadiam o sistema de informática do Detran-AM e mudavam o status de candidatos reprovados ou faltosos na prova de direção para “habilitados” a receberem a CNH. Leonel explicou que a investigação ainda está em curso, e segue em parceria com a Secretaria de Segurança Pública d
o Estado do Amazonas (SSP/AM) e a Secretaria Executiva de Inteligência.
As suspeitas de fraude começaram a ser investigadas após a posse de Leonel no cargo, em fevereiro deste ano, e foram confirmadas no último dia 14. De acordo com o diretor-presidente, na semana passada foi detectada a emissão de 199 carteiras de habilitação no feriado de 12 de outubro. “Na segunda-feira passada percebemos que invadiram nosso sistema durante o feriado para fazer essa bandidagem”, disse.
Após o cruzamento de dados, foi verificado que todos os 199 motoristas recém-habilitados haviam sido reprovados ou constavam como faltosos na prova de direção. Agora, o órgão de trânsito vai revisar a emissão das CNHs emitidas entre fevereiro de 2011 e outubro deste ano. “Nós já estamos reforçando a segurança do nosso sistema para impedir que o esquema continue”, destacou Leonel.
A investigação ainda está apurando quanto os criminosos que compraram a carteira pagaram pelo documento, quais as auto-escolas envolvidas e quantos funcionários do Detran participavam do esquema. Também está sendo checado se a invasão ao sistema de informática foi facilitada por técnicos da Prodam, empresa responsável pelo criação e manutenção dos sistema de informática do órgão.
“Todas as senhas foram alteradas em fevereiro, então precisamos saber como foi possível continuar invadindo nosso banco de dados”, afirmou Feitoza.
O diretor-presidente informou que tanto os fraudadores quanto os motoristas beneficiados podem responder criminalmente, até com prisão. “Quem comprou a carteira é tão bandido quanto quem cometeu a fraude”.
Para Leonel, ainda é incalculável o número de motoristas que estão circulando com habilitação irregular. “Com certeza são essas pessoas que contribuem para o caos no trânsito, uma vez que foram reprovadas na prova de direção”.

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