Colocar a mão na terra, manusear sementes e mudas de hortaliças. Aprender sobre o processo de germinação, a importância de minhocas e composição de adubo, e claro desenvolver valores relacionados às questões ambientais se tornaram rotina na vida dos jovens pesquisadores do Programa Ciência na Escola (PCE), no município de Rio Preto da Eva.
Famoso por ser a terra da laranja e detentor de cafés regionais sem igual o município distante 80km da capital vem se destacando também na educação. Aprovando projetos desde 2004 no PCE. Rio Preto possui hoje três projetos na única escola estadual do município, financiados pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Escola Verde: educação com os pés na terra foi o primeiro tema abordado pelos alunos de ensino fundamental e médio da cidade, isso quase dez anos atrás. De lá pra cá muitos alunos já passaram por essa escola, entre eles os pais, amigos e demais familiares dos estudantes que aprovaram e apoiaram a iniciativa. Quando questionada sobre o número de alunos e voluntários que já passaram pelo projeto a coordenadora Francisca Pereira respondeu sem nem precisar pensar “mais de 500”.
Os jovens cientistas conseguiram transpor os muros da escola e virar referência em qualidade de vida e alimentação saudável. Realizaram oficinas e palestras sobre reaproveitamento de alimentos e técnicas de elaboração de receitas saudáveis para merenda escolar. Mas não foram apenas os jovens cientistas que viraram referência não, a idéia que tem como líder a professora Francisca, passou a ser cobiçada também em escolas municipais e hoje está presente nas 10 escolas da prefeitura.
Idealizado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) Bianca Galúcio em parceria com a professora Francisca, o tema tem como objetivo despertar os alunos para a vocação científica com temas de interesse próprio como a merenda escolar, uma vez que os produtos cultivados sem agrotóxicos enriquecem a alimentação na escola. “O objetivo é o despertar científico, proporcionar a visão sobre o que é ciência e pesquisa, mostrar que essa ciência está perto deles, no dia a dia” disse a pesquisadora.
Participando pela segunda vez do Escola Verde, o estudante Luan Viana que começou como voluntário conta a importância do projeto para a educação escolar “no início eu não sabia nem regar, tenho planta em casa mas elas sempre morriam e eu não sabia o porque. Participei dos cursos e hoje eu sei para que servem os fertilizantes, o melhor jeito de plantar. Ajudar os outros e passar o conhecimento que eu aprendi com o Escola Verde está sendo muito bom, eu consigo transmitir o que eu aprendo”.
Calouro no PCE, o professor de biologia Mateus Gonçalves aprovou pela primeira vez o projeto Minhocultura e Compostagem, trabalhando com os demais coordenadores a Horta Orgânica da escola estadual Rio Preto da Eva. Apesar de ser o primeiro ano coordenando projetos, o professor da rede pública já teve o seu primeiro contato com o PCE anos atrás. “Tive a satisfação de ter um filho bolsista do PCE ainda na primeira edição do Escola Verde aqui no município, hoje ele é estudante de gastronomia”.
Apesar de o município possuir três temas aprovados, o diferencial está na união entre jovens pesquisadores e coordenadores que tem como assunto central a horta orgânica da escola Rio Preto da Eva. São 15 bolsistas e mais de 40 voluntários que juntos pesquisam, investem e aprendem mais sobre como construir uma horta e a importância de comer alimentos saudáveis tanto na escola quanto em casa.
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